Os Emirados Árabes Unidos (EAU) revelaram este domingo um grande plano para estimular a economia e liberalizar regras rígidas de residência para expatriados, à medida que procuram reformar as finanças e atrair residentes e capitais estrangeiros.

Querem ser um centro comercial e financeiro dinâmico e de mente aberta e vão investir 13,6 mil milhões de dólares (11,6 mil milhões de euros) no próximo ano e 150 mil milhões de dólares (126,3 mil milhões de euros) até 2030, refere este domingo a Associated Press (AP), adiantando que querem também atrair talentos estrangeiros nas próximas décadas.

Este plano reflete o contraste que está a emergir com outras zonas do Golfo Pérsico, que estão a tornar-se cada vez mais protecionistas, à medida que tentam diversificar as suas economias ligadas ao petróleo, salienta.

As reformas económicas e sociais estão a ser aceleradas nos Emirados Árabes Unidos com o objetivo de se projetarem no futuro pós-pandemia de Covid-19.

“Estamos a construir a nova economia dos próximos 50 anos”, disse o ministro da Economia, Abdulla bin Touq, numa entrevista à AP.

“Para quem está a tentar ser mais conservador e a tentar fechar os seus mercados, o valor obtido será apenas no curto prazo, mas no longo prazo estão a prejudicar as suas economias”, advertiu o governante.

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Contudo, e apesar da série de iniciativas de desenvolvimento económico de grande alcance, os EAU estão envolvidos numa medida muito mais prática e drástica, que tem a ver com o sistema de vistos que gere os numerosos trabalhadores estrangeiros provenientes de África, Médio Oriente e de outros lugares e que impulsionam a economia.

Desde a independência dos Emirados Árabes Unidos, o estado vinculou o emprego ao estatuto de residência, dando aos empresários um poder descomunal e forçando as pessoas a deixarem o país logo após deixarem de estar empregadas.

“Queremos reconstruir todo o sistema (…) para que o modelo de residência atraia as pessoas e faça com que sintam que os Emirados Árabes Unidos são o seu lar”, disse bin Touq.

E prosseguiu: “A abertura é algo de que nos orgulhamos”.

Os novos planos dão aos residentes mais três meses para procurarem outros empregos, depois de ficarem desempregados, permitem que os pais possam requer vistos para os filhos até aos 25 anos e aligeiram as restrições para os trabalhadores independentes, viúvas e divorciados, entre outras medidas.

Trata-se de uma mudança subtil na forma tradicional de os Emirados Árabes Unidos tratarem a numerosa força de trabalho estrangeira, que até aqui era vista como uma subclasse dispensável.

O ministro também disse que procuram duplicar o crescimento da economia dos Emirados Árabes Unidos na próxima década através de grandes acordos comerciais com países como Israel, Turquia, Reino Unido e a Índia.