A promessa depois de duas horas e meia de voleibol ao mais alto nível (146 minutos) não foi a mais simpática possível mas mostrou bem como a Seleção Nacional estava empenhada e sabia perceber a importância que o jogo com a Bélgica poderia ter nesta fase de grupos do Campeonato da Europa. Começou bem, teve depois um período de menor consistência potenciado por uma decisão incompreensível mesmo com VAR no quarto set, foi para a “negra”. Aí, e apesar de uma desvantagem de três pontos, falou o coração da equipa e a vitória por 15-13 acabou por ser o corolário de um dos triunfos mais importantes de Portugal na prova.

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“Agora temos que ir a pé até ao hotel porque essa foi a promessa se ganhássemos o jogo. Foi um excelente jogo e todas as vitórias são importantes. O nível das equipas é todo muito equilibrado, tirando a Polónia e a Sérvia, pelo que vão lutar pela qualificação até ao fim. Nos meus 18 anos de Seleção nunca ganhámos à Bélgica. É uma vitória histórica e só mostra, de facto, o nível onde estamos e a importância desta vitória. Foi uma vitória de um coletivo forte, que acredita que é possível fazer algo que ainda não foi feito. Foi uma vitória importante para dar confiança e que os jogadores merecem, por tudo aquilo que foi feito nas últimas cinco semanas”, resumiu no final à agência Lusa o selecionador nacional, Hugo Silva.

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Este sábado, a reação da Bélgica fez-se sentir bem e o triunfo por 3-0 diante da Grécia não deu margem para dúvidas. Em relação a Portugal, que ocupava o terceiro lugar, seguia-se a Ucrânia. Uma vitória quase garantia uma inédita passagem à fase a eliminar do Europeu (oitavos), sendo que existia ainda margem para conseguir essa qualificação na última jornada, com a Grécia na quarta-feira. No entanto, este seria mais um encontro de grau de dificuldade elevado contra uma formação ucraniana que começou a competição com um difícil triunfo com a Grécia (3-2) e que deu grande luta à Sérvia apesar da derrota por 3-0. E foi isso que se verificou, com uma inversão de papéis mas na mesma a decisão na “negra”: depois de ter começado a perder por 2-0, Portugal conseguiu entrar no jogo, levou tudo a a quinto set mas perdeu na decisão.

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Portugal teve uma boa entrada no jogo apesar das ligeiras vantagens ucranianas mas quando conseguiu fazer os primeiros dois pontos de bloco direto não teve depois o discernimento para capitalizar esse ascendente emocional, sofrendo um parcial de 4-0 que empurrou a Ucrânia para a vitória no primeiro set por 25-18. A história foi diferente no segundo parcial, com a Seleção a conseguir desta vez um avanço de três pontos logo a abrir (5-2), a chegar mais tarde aos quatro de avanço com o bloco de novo a aparecer e Cveticanin a destacar-se no ataque mas a quebrar no momento chave: receções falhadas no serviço de Oleh Plotnytskyi, opções de ataque previsíveis e um parcial de 6-1 com Viietskyi a brilhar que valeu novo triunfo por 25-23.

Até pela forma como decorreu o segundo parcial do jogo, a Ucrânia estava completamente por cima do jogo e a tentar fechar logo no terceiro set o encontro, numa vitória que seria muito importante para o conjunto de Leste começar a alinhavar as suas contas de qualificação. No entanto, e mais uma vez, foi na dificuldade que Portugal voltou a mostrar a sua melhor face: com Tiago Violas a assumir a distribuição e outras entradas no conjunto de Hugo Silva como Lourenço Martins ou o jovem José Andrade, a Seleção venceu com autoridade o terceiro set por 25-21 e levou todas as decisões para a “negra” com novo triunfo nas vantagens (26-24), não conseguindo de seguida consumar a reviravolta total após perder na decisão por 15-11.