Os dois primeiros sets faziam antever uma derrota pesada, a recuperação nos parciais seguintes aumentaram a esperança de novo momento histórico, a “negra” acabou por tornar-se uma desilusão: em mais um jogo que voltou a ser uma montanha-russa de emoções, Portugal voltou a estar perto da segunda vitória no Europeu de voleibol mas perdeu por 3-2 com a Ucrânia. “Valeu pelo pontinho num jogo feio de ambas as partes, com muitos erros básicos e onde ganhou a equipa que errou menos na negra”, resumiu Hugo Silva.

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O selecionador nacional ficou com a ideia de que poderia ter sido a nível global o pior encontro nesta fase de grupos do Europeu, após a derrota com a Polónia (3-1) e a vitória com a Bélgica (3-2). No entanto, e apesar de tudo, rendeu qualquer coisa. “Agora temos de pegar neste ponto e transformá-lo na motivação necessária para encarar o confronto com a Grécia”, destacou. Recordando o que se passou em 2019 onde a Seleção falhou a fase a eliminar apenas por um ponto, a hipótese de haver um triunfo da Bélgica diante da Ucrânia por 3-2 até poderia ter o condão de empatar tudo em caso de vitória nacional com os helénicos mas o triunfo também na “negra” dos ucranianos contra a Grécia afastava esse cenário (assim se confirme a mais do que provável derrota com os anfitriões e líderes do grupo, a Polónia), pelo que Portugal deveria depender apenas de si para conseguir o apuramento e era nesse contexto que iria defrontar agora a Sérvia.

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Com várias alterações na equipa inicial, incluindo não só a troca de Miguel Tavares Rodrigues por Tiago Violas na distribuição (que já tinha sido experimentada com os ucranianos) mas também os lançamentos de Lourenço Martins, Miguel Sinfrónio, André Marques ou José Andrade, Portugal foi à procura não só de poupar as principais referências para a última partida do grupo A mas também de encontrar soluções para os desafios que se avizinham e os mais novos, com Hugo Gaspar e o imprescindível Ivo Casas como libero, conseguiram dar boas respostas em muitas fases do jogo contra a campeã europeia em título.

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Depois de um primeiro set onde a Sérvia disparou a meio para uma vitória muito tranquila por 25-15, tendo como grande alicerce além da maior qualidade individual e coletiva a variação de combinações ofensivas e a agressividade no serviço, Portugal conseguiu dar uma resposta melhor no segundo parcial, com Sinfrónio e André Marques a soltarem-se mais no jogo e a conseguirem grandes pontos contra a muralha sérvia que voltou a ser mais forte quando conseguiu colocar sob maior pressão a receção nacional (25-21).

Hugo Silva sentiu essa melhoria e percebeu que era possível discutir de forma ainda mais competitiva o terceiro set, tendo lançado Miguel Tavares Rodrigues na distribuição e Cveticanin na zona central. Ambos justificaram a aposta e Portugal conseguiu uma vantagem de quatro pontos (13-9) conseguindo jogar olhos nos olhos com os atuais campeões europeus. A Sérvia teve a esperada reação, com alguns erros nacionais que até aí não tinham sido cometidos, mas a Seleção nunca desistiu da vitória até quando o adversário fez um parcial de 3-0 para empatar o set a 18, respondendo da mesma forma para um triunfo por 25-22.

A Sérvia conseguiu também corrigir os erros que fez e voltou a ser superior no quarto e último set, fechando a partida com um triunfo por 25-17. Ainda assim, e apesar da terceira derrota em quatro partidas, Portugal sai com motivos para estar confiante para a última ronda, não só por depender apenas de si no plano teórico (a não ser que Bélgica ou Ucrânia consigam alguma surpresa diante da favorita Polónia) mas porque alguns dos jogadores mais novos, com Sinfrónio e André Marques à cabeça, deram uma excelente resposta contra uma das melhores formações europeias da atualidade, mostrando que podem ser opções quando necessário.