Eusébio fez 12, Pauleta marcou 19, Cristiano Ronaldo leva 33. Com o golo que marcou esta terça-feira ao Azerbaijão, André Silva tornou-se apenas o quarto jogador a marcar 10 ou mais golos pela Seleção Nacional em jogos de qualificação para Campeonatos do Mundo. O avançado de 25 anos acertou na baliza pela segunda partida consecutiva, depois de também ter marcado ao Qatar, e já leva 18 golos por Portugal, sendo atualmente o 12.º melhor marcador de sempre.

Bruno e Bernardo vivem na mesma cidade, jogam de olhos fechados e estão longe de ser um plano B (a crónica do Azerbaijão-Portugal)

O jogador do RB Leipzig, que não marcava pela Seleção há mais de um ano e não marcava em jogos consecutivos desde 2018, explicou na flash interview da RTP que “marcar um golo é sempre bom”. “Na Seleção ainda mais. O jogo correu bem à equipa toda e também a mim. É trabalho de toda a equipa. Estivemos muito bem neste jogo, do primeiro minuto ao último, e estamos todos de parabéns. Todos os adversários e todos os jogos são difíceis e todos os jogos são como finais para nós. Empatámos na Sérvia fora de casa e vai ser até a última. Temos de nos focar em nós próprios e temos mais três finais para ganhar”, disse André Silva, que ainda comentou a possibilidade de agarrar um lugar no onze de Fernando Santos com os golos que tem apontado.

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“Não há nenhum lugar no onze garantido. Eu, como todos os jogadores, faço o melhor durante a época, tento demonstrar o meu valor na Seleção. Tive esta oportunidade agora e, como sempre, dou o meu máximo, procurando justificar estar lá dentro. Tal como todos os colegas, trabalhamos sempre no máximo”, atirou o avançado.

Com esta vitória frente ao Azerbaijão, Portugal chegou aos 13 pontos no Grupo A da qualificação para o Mundial 2022, ficando ainda à espera de saber o resultado da Sérvia contra a Irlanda, num jogo a disputar também esta terça-feira, para perceber se salta para a liderança isolada ou se permanece no segundo lugar com os mesmos pontos dos sérvios. A Seleção Nacional chegou às quatro vitórias em cinco partidas na qualificação, carimbando ainda o melhor resultado do apuramento e o segundo encontro sem sofrer golos (o primeiro, curiosamente, tinha sido contra o Azerbaijão). Depois do apito final, Fernando Santos mostrou-se satisfeito com a organização demonstrada pela equipa.

“Quando as equipas não são organizadas nos vários momentos do jogo, depois têm dificuldades. Correm muito atrás da bola, desgastam-se e depois quando têm bola têm mais dificuldade, é perfeitamente normal. Sem equilíbrio no jogo é muito difícil. Neste jogo, sabíamos que era um jogo de paciência. Esta equipa normalmente defende bem. Sabíamos que se fizéssemos um golo cedo, obrigaríamos o adversário a mudar, o que se verificou depois do segundo golo, quando mudou para 4x3x3. Fizemos um bom jogo, uma boa exibição, com muito equilíbrio em todos os momentos mas sempre à procura do golo e a criar espaços para entrar, quer em profundidade quer em largura. A única coisa do resultado que não está bem é a quantidade de golos que fizemos”, explicou o selecionador nacional.

Mais à frente, Fernando Santos acabou por repetir a ideia de que Portugal criou demasiadas oportunidades para ter marcado apenas três golos. “O resultado foi escasso para as oportunidades e o volume de jogo de Portugal. Nós criámos sete, oito, nove, dez oportunidades para além dos golos. Em algumas a definição final não foi a melhor, mas os jogadores tentaram. Nestes cinco ou dez minutos finais, as alterações que fiz eram para tentar ir à procura do quarto golo, foi isso que pedi aos jogadores. Eles tentaram mas depois sofremos dois ou três lances de contra-ataque em que podíamos ter sofrido um golo deles, o que não fazia nenhum sentido. Depois do jogo que fizemos, o resultado lógico era 4-0 ou 5-0, perante um adversário que ainda não tinha perdido por mais do que um, por isso há mérito dos jogadores. Portugal tem de ser uma equipa forte e as equipas fortes marcam e não sofrem. Não é atacar de qualquer maneira e arriscar a sofrer. A equipa correspondeu àquilo que é o normal desta equipa”, terminou o selecionador nacional.