O candidato da Iniciativa Liberal (IL) à presidência da Câmara de Lisboa, Bruno Horta Soares, quer introduzir “uma agenda liberal” na cidade, reduzindo os impostos e revendo “toda a orgânica” da autarquia.

“Lisboa está amarrada numa burocracia municipal”, considera Bruno Horta Soares, em declarações à agência Lusa, defendendo que é necessário “limpar Lisboa”, ou seja, “rever toda a orgânica da Câmara Municipal”.

“Nós iremos procurar limpar impostos, taxas, taxinhas, e perceber onde é que podemos reduzir. Nós temos andado já como perdigueiros à procura de que dinheiro está a mais na Câmara de Lisboa e que nunca deveria ter saído do bolso dos lisboetas“, salienta.

O candidato sublinha que “tudo o que puder ser reduzido de impostos terá de ser reduzido”, dando como exemplo a taxa de devolução de IRS, que deve passar de 2,5% para 5%.

“Esta limpeza dá a tal agilidade, a tal flexibilidade, a tal resiliência. Só se esta limpeza for feita é que nós podemos passar para o segundo passo, o tal mudar”, argumenta.

Queremos verdadeiramente uma cidade mais inteligente, que não é mais do que uma cidade que não vive de caprichos e de decisões avulsas e de cosmética de quem está circunstancialmente no poder, mas que vive de leitura do terreno, das necessidades das pessoas, de dados, de informação”, defende.

Bruno Horta Soares nasceu em 31 de julho de 1979 (42 anos), em Lisboa, e licenciou-se em Informática e Gestão de Empresas no ISCTE. Fez depois uma pós-graduação em Gestão de Projetos no ISLA e possui um conjunto de certificações internacionais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

É consultor e professor universitário convidado em diversas universidades do país, nas áreas de Transformação Digital, Governança, Gestão, Risco e Cibersegurança, tendo iniciado a sua carreira na Deloitte Consulting e passado pela KPMG.

Ao nível político, inscreveu-se na Juventude Social-Democrata (JSD) quando ainda estava na faculdade, “numa lógica de partilha de conhecimento”.

Em 2016, abandonou o PSD, por sentir que o partido estava “cada vez mais partido, sem energia”, e fundou a Iniciativa Liberal. É atualmente membro do Conselho Nacional da IL.

Bruno Horta Soares confessa que o contexto de pandemia o inspirou a abraçar o desafio de se candidatar à presidência da Câmara de Lisboa. O candidato da IL — partido que se estreia em eleições autárquicas – espera que esta seja “uma oportunidade de mudar efetivamente e de fazer algo verdadeiramente diferente”.

É precisamente nestes momentos de viragem que as coisas boas sempre acontecem. […] Acho que é isso que gostava que acontecesse no pós-covid. Que as pessoas vivessem de uma forma verdadeiramente diferente a cidade, que tivessem a liberdade que hoje não têm”, refere.

Em matéria de habitação, por exemplo, a Iniciativa Liberal ambiciona “repovoar a cidade” e acredita que, para isso, é preciso “que os privados se sintam bem recebidos e possam fazer parte da reconstrução” da capital.

Mobilidade, saúde, educação e segurança são outros dos temas que preocupam os liberais e sobre os quais apresentarão medidas.

O objetivo para estas eleições autárquicas, marcadas para 26 de setembro, “é superar os números da cidade nas últimas eleições presidenciais”, diz o candidato, acrescentando que a eleição de pelo menos um vereador seria uma felicidade.

Nos tempos livres, Bruno Horta Soares adora cozinhar e fazer jantaradas com amigos. O seu local predileto de Lisboa é o Parque das Nações, onde vive e trabalha.

Além de Bruno Horta Soares, concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), João Ferreira (CDU — PCP/PEV), Nuno Graciano (Chega), Tiago Matos Gomes (Volt), Manuela Gonzaga (PAN), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).

O executivo de Lisboa, atualmente presidido por Fernando Medina (PS), é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é muita gente), um do BE, quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.