Os trabalhadores da Saint-Gobain em Santa Iria da Azoia, Loures, vão pedir ao Governo para travar o despedimento coletivo dos 130 funcionários da fabrica, que é a única a produzir vidro para veículos em Portugal, disse fonte sindical.

“Vamos pedir a intervenção do Governo junto desta multinacional, para que impeça o encerramento da fábrica e defenda os interesses do país e o aparelho produtivo nacional”, disse à agência Lusa Fátima Messias, coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).

A sindicalista participou esta tarde na segunda reunião para discutir o despedimento coletivo que contou com a participação de um representante da Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT) e de representantes dos trabalhadores e da empresa.

A reunião foi longa, mas não conclusiva”, os representantes dos trabalhadores reafirmaram a rejeição do despedimento e pediram várias informações, nomeadamente um estudo sobre o impacto económico do encerramento da fábrica e os resultados líquidos da mesma entre 1996 e 2020.

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“Precisamos desses dados antes da próxima reunião, no dia 21, porque achamos que nestes 24 anos a soma dos resultados desta unidade são altamente positivos em relação aos negativos invocados pela empresa para o encerramento”, disse Fátima Messias.

Após a reunião, os representantes sindicais participaram num plenário de trabalhadores, em que estes reafirmaram a sua determinação em continuar a lutar contra o despedimento coletivo e o encerramento da fábrica.

Os trabalhadores estão decididos a fazer tudo para manter a empresa e os seus postos de trabalho, por isso, estão há 13 dias concentrados junto à fábrica, fardados, disponíveis para retomar o trabalho de imediato”, afirmou a sindicalista.

Na quinta-feira de manhã estes trabalhadores vão fazer um desfile e uma concentração no Largo de Camões, em Lisboa, junto ao Ministério da Economia, onde os seus representantes se vão reunir com o ministro Pedro Siza Vieira.

“O Governo tem o direito e o dever de intervir neste processo, pois se a fábrica encerrar, o vidro para os automóveis, comboios e autocarros, que ali é produzido, passará a ser importado, o que agravará o défice”, considerou a coordenadora da FEVICCOM.

Para a próxima semana está prevista uma reunião idêntica com a ministra do Trabalho.