As exportações de componentes automóveis recuperaram face a 2020, mas mantêm-se abaixo dos níveis pré-pandemia, com um acumulado de 5.538 milhões de euros até julho, menos 4,6% face ao mesmo período de 2019.

Segundo dados da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, no mesmo período do ano passado, as vendas de componentes para o exterior atingiram os 4.480 milhões de euros, menos 23,6% do que nos primeiros sete meses deste ano.

Numa nota, a associação adiantou que “depois de uma análise às vendas ao exterior nos primeiros sete meses deste ano, verifica-se que as exportações apenas estiveram acima do nível verificado em 2019, durante os meses de fevereiro e março”.

Por outro lado, “as exportações de componentes automóveis registaram no mês de julho uma queda de 10,8% relativamente ao mesmo período de 2019, fixando-se assim nos 701 milhões de euros”, indicou a AFIA. No mesmo mês de 2020, as vendas para o exterior tinham totalizado 766 milhões de euros.

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De acordo com a AFIA, em termos de destinos até julho, e face a 2019, “Espanha mantém a primeira posição com vendas de 1.609 milhões de euros (+2,7%), seguida da Alemanha com 1.123 milhões de euros (-6,3%) e em terceiro lugar surge a França com um registo de 666 milhões de euros (-22,7%)”.

Paralelamente, “no que se refere às exportações para o Reino Unido totalizaram 265 milhões de euros (-45,4%). No total, estes quatro países concentram 66% das exportações portuguesas de componentes automóveis”, salientou a AFIA.

De acordo com a associação, “estes valores menos positivos, continuam a dever-se à falta de ‘chips’ e componentes eletrónicos, o que tem provocado graves problemas nas cadeias de abastecimento, levando os construtores a interromperem temporariamente o trabalho”.

“A este ponto negativo, junta-se ainda a situação da pandemia, que em certos países continua com níveis muito elevados, e o brexit, que tem levado as exportações para o Reino Unido a caírem 45,4%”, indicou a AFIA.

A organização destaca, no entanto, “o comportamento das exportações para Espanha (principal cliente dos componentes automóveis fabricados em Portugal, com uma quota de 29%), que estão acima do nível pré-pandemia”.

Tendo em conta a situação atual, a associação voltou a pedir “que sejam criadas soluções flexíveis para as empresas de componentes automóveis, para que estas se possam adaptar aos ciclos de produção e assim responderem de uma forma mais eficaz e eficiente às flutuações das encomendas”.