O secretário-geral do PCP pediu, esta sexta-feira, em Santarém, o regresso de eleitos da CDU ao executivo municipal escalabitano, salientando que “tem faltado uma voz em defesa das populações”.

Jerónimo de Sousa participou, esta sexta-feira, na apresentação do programa da candidatura da CDU aos órgãos autárquicos do concelho de Santarém, na qual o candidato à Câmara Municipal, André Gomes, assegurou não estar para “picar o ponto”, mas sim para protagonizar uma “mudança pela positiva”.

O candidato afirmou que as propostas da CDU se orientam “para a resolução dos problemas” e a melhoria da qualidade de vida das populações, abarcando áreas como o ordenamento do território, a requalificação urbana, o ambiente e os espaços verdes, a educação, o desporto, a cultura, “apostando sempre na gestão pública de proximidade” e “envolvendo os cidadãos nas decisões sobre o futuro do concelho”.

André Gomes sublinhou os “princípios ecológicos” antes apontados pela candidata da CDU à Assembleia Municipal de Santarém, a independente, indicada pelo Partido Ecologista os Verdes, Rita Correia, nomeadamente, de aposta nas energias renováveis, mobilidade e transportes não poluentes, criação de espaços verdes e defesa dos rios Tejo, Alviela e Maior.

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A introdução de um miniautocarro no centro histórico, a criação de um gabinete de apoio ao pequeno agricultor, para incentivar a produção local, a dinamização dos mercados quinzenal e diário, mantendo este sob gestão pública, e o Projeto Inova, para atrair pequenas empresas, são algumas das propostas avançadas.

André Gomes referiu ainda a instalação de uma pousada da juventude na zona ribeirinha, “acabando com anos e anos de desinvestimento e de costas voltadas” para o rio e os bairros de Alfange, Ribeira, Caneiras e Ómnias, e a criação de um centro interpretativo do Tejo, além de apostas na habitação “pública e com preços acessíveis” e na escola pública.

A concretização do anunciado Museu de Abril e dos Valores Universais (MAVU), a criação de um museu municipal, numa das poucas capitais de distrito do país que não possui um equipamento do género, e de um teatro de maiores dimensões são propostas para a cultura, a par da descentralização da programação cultural, que a CDU quer devolver à esfera municipal.

Médico de saúde pública, André Gomes disse que se vai bater pelo investimento no Hospital Distrital de Santarém e contra o anunciado “‘cluster’ de medicina privado”, bem como pela acessibilidade de todos os cidadãos do concelho aos serviços de saúde.

Apontou ainda a reposição das freguesias que foram “extintas contra a vontade popular” e o apoio aos trabalhadores do Centro de Distribuição dos CTT de Santarém, que se encontram em greve parcial até ao final de mês, em protesto contra as condições das instalações para onde foram transferidos e a falta de carteiros.

Afirmando que a CDU “faz muita falta ao concelho” de Santarém, André Gomes afirmou que, com mais eleitos, será possível “salvaguardar os interesses da população de um concelho com tanta potencialidade”.

Em 2017, a CDU perdeu o eleito que mantinha no executivo municipal desde as primeiras eleições democráticas (no mandato de 2001 a 2005 chegaram a ser dois), presença que a coligação quer recuperar.

O PSD obteve 43,2% dos votos em 2017 e elegeu cinco dos nove elementos, ocupando o PS (34,1%) os restantes lugares. A CDU teve 7,6% dos votos, o CDS 5,4% e o BE 4,1%, num concelho que em 2017 tinha 51.718 eleitores inscritos e que agora conta com 50.828.

O atual presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), concorre a um terceiro mandato, candidatando-se, ainda, às eleições do próximo dia 26 o socialista Manuel Afonso, a bloquista Fabíola Cardoso, o dirigente do Chega Pedro Frazão, o técnico de recursos humanos Alexandre Paulo (CDS-PP), a docente de informática e robótica Rita Lopes (PAN) e o gestor de produto Marcos Gomes (IL).