Podia ser uma meia-final do quadro de juniores. Poderia ser até no limite uma decisão na fase de qualificação para o quadro principal. Podia no limite ter sido um encontro de um torneio 250 ou 500 do WTA. Mas não, nada disso. Era mesmo uma final e logo de um Grand Slam, naquela que foi considerada pela imprensa (de forma percetível) a decisão das adolescentes. Nesse contexto, e quase de forma paradoxal, a vitória iria cair para quem conseguisse ter uma maior maturidade. E foi mesmo isso que aconteceu neste US Open.

Emma Raducanu, a tenista que encara todos os jogos como se fossem testes de matemática, vai à procura do 20 no US Open

Emma Raducanu, a britânica de 18 anos (a dois meses de completar 19) que nasceu no Canadá filha de pai romeno e mãe chinesa, começou melhor a partida, teve uma boa resistência por parte de Leylah Fernandez, a canadiana de 19 anos acabados de fazer que nasceu no Canadá filha de pai equatoriano e de mãe com dupla nacionalidade filipina e canadiana, mas acabou por ser mais forte nos momentos chave do jogo, conseguindo o primeiro Grand Slam da carreira naquela que foi apenas a sua segunda participação num Major sem ceder qualquer set e ganhando no encontro decisivo com os parciais de 6-4 e 6-3.

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Além de ser a primeira britânica a conquistar um Grand Slam desde 1977, Emma Raducanu, 150.ª do ranking, passou também a ser a primeira jogadora de sempre a vencer um Major vinda do qualifying.

“Para mim, significa tudo agarrar este troféu e não o quero agora deixar. Ontem tinha sentimentos estranhos mas é normal, depois quando cheguei tentei fazer o mesmo de sempre, um ponto de cada vez. Tive de lutar muito para segurar o primeiro parcial e manter-me na frente depois no segundo. Em alguns momentos chave consegui sair com alguns serviços importantes. Esta vitória mostra o futuro do ténis feminino e é por isso que o jogo é tão fantástico: todas as jogadoras que entrem no sorteio podem ganhar qualquer torneio. Espero que a próxima geração possa seguir os passos de algumas lendas como a Billie Jean”, disse no final.

Os parabéns, esses, foram muitos e das mais altas instâncias, depois de um triunfo celebrado com equipa técnica e pessoas próximas onde só não estavam os pais, que não conseguiram visto a tempo de poderem seguir a epopeia vitoriosa de Emma. “Envio os meus parabéns pelo teu sucesso, é uma façanha fantástica com um idade tão nova e uma prova do teu trabalho árduo e dedicação. Não tenho dúvidas sobre a tua grande exibição e que, tal como a tua adversária Leylah Fernandez, vão inspirar a nova geração de jogadores de ténis”, destacou a Rainha. “Que jogo fantástico! Parabéns Emma Raducanu”, escreveu Boris Johnson.