Está a ser projetado um novo quartel da Guarda Suíça do Vaticano, adequado à acomodação de mulheres. Embora ainda não haja permissão para a sua presença no corpo de elite que protege o Papa — exclusivamente constituído por homens, o jornal suíço Sonntags Zeitung adiantou que os preparativos já começaram.

Atualmente, quem estiver disposto a dar própria vida pelo Papa tem de ter alguns requisitos: ser um cidadão suíço, homem, solteiro, com pelo menos 1,74 metros de altura, saudável e de boa reputação. Todos os admitidos vivem num quartel comunitário fora dos portões do Vaticano, enquanto os comandantes, que podem ser casados, ​​vivem em apartamentos separados.

Contudo, este novo investimento poderá vir a alterar o corpo desta elite, possibilitando a presença de mulheres. O projeto de 50 milhões de francos suíços (cerca de 46.1 milhões de euros) para um novo quartel deve ser concluído até 2026 e vai transformar os aposentos dos guardas em quartos individuais com casa de banho privativa.

Ainda assim, permitir recrutas femininas exige a aprovação do líder da igreja católica. A presidente da Fundação da Guarda Suíça Pontifícia, diz estar a trabalhar nesse sentido e defende que a presença de mulheres no processo de candidatura e seleção ajudaria a encontrar novos recrutas para o corpo de 135 homens — que precisa de contratar cerca de 30 a 35 pessoas por ano para manter a força de segurança estável.

“Assim que as guardas femininas forem permitidas, o potencial de recrutamento aumentará”, disse Ruth Metzler-Arnold, ao mesmo jornal.

Segundo a Reuters, o projeto ainda não chegou aos ouvidos do Papa Francisco. Um porta-voz do Vaticano que viajava na Hungria e na Eslováquia disse não ter conhecimento do relatório e uma outra fonte de segurança a bordo do avião papal, quando questionado se a Guarda Suíça algum dia permitiria mulheres, respondeu: “Veremos”.

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