O aeroporto de Heathrow, em Londres (Inglaterra), que até 2019 era o mais movimentado da Europa, caiu para a 10.ª posição no continente, depois de ter registado menos 71% de passageiros em agosto em relação há dois anos.

O aeroporto londrino ficou atrás de aeroportos como o de Paris (França), Amesterdão (Países Baixos) e Frankfurt (Alemanha).

Cerca de 2,2 milhões de passageiros viajaram através de Heathrow no mês passado, contra 1,5 milhões assinalados em julho, mas menos 71% em relação a agosto de 2019, antes a pandemia da Covid-19, informou a gestora do aeroporto em comunicado.

Os responsáveis pelo aeroporto indicaram que outros aeroportos europeus estão “recuperar num ritmo muito maior”, atribuindo a queda no tráfego às “restrições em constante mudança” impostas pelo governo britânico.

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O aeroporto de Heathrow lamentou também os testes “excessivos e desnecessários” ao novo coronavírus, que as pessoas têm de fazer à chegada ao Reino Unido.

Face à situação, a entidade gestora apelou ao Executivo britânico para relaxar as medidas restritivas nas viagens, de modo a incentivar a atividade e recuperar os níveis anteriores da crise pandémica.

“Caso contrário, o Reino Unido vai continuar a perder oportunidades de negócios e enfrentará níveis mais baixos de turismo estrangeiro, o que deverá ter um impacto sobre o emprego e uma desaceleração na recuperação económica” local, disse o aeroporto de Heathrow.

Exige também, acrescentou, que a força das fronteiras do Reino Unido dedique os “recursos adequados” para processar as chegadas de viajantes para evitar as cenas recentes de “passageiros à espera várias horas” para aterrar no país, considerando “totalmente inaceitável”.

Em relação ao transporte de carga, o volume que passa pelo aeroporto londrino encontra-se 18% abaixo dos níveis pré-pandemia, enquanto os aeroportos como Frankfurt e Amesterdão cresceram 9%, de acordo com a gestora aeroportuária do Heathrow.

As rotas comerciais entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA) recuperaram cerca de 50% em relação a antes da crise sanitária, enquanto os níveis de recuperação entre o Reino Unido e os EUA mantêm-se abaixo dos 92%.

“O Governo [britânico] tem as ferramentas necessárias para proteger a competitividade internacional” do país e para ter sucesso nas “ambições de um Reino Unido global”, frisou o diretor-executivo da empresa que gere o aeroporto de Heathrow, John Holland-Kaye.