O candidato do BE à Câmara de Viana do Castelo propôs esta terça-feira a integração da rede de transportes dos 10 concelhos da região na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, para garantir eficácia e preços acessíveis aos munícipes.

“A nossa proposta tem sido sempre migrar a questão dos transportes para a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho para que seja a CIM a articular toda a rede de transportes disponível nos vários concelhos do Alto Minho”, afirmou esta terça-feira Jorge Teixeira.

Em declarações à agência Lusa, o candidato do Bloco de Esquerda referiu que a atual concessão de transportes “privilegia sobretudo a rede dentro do concelho, durante a semana não funciona a partir das 21h00, e não opera aos fins de semana e feriados”, promovendo a utilização de transporte particular”.

Segundo o arquiteto e professor do ensino superior, de 56 anos, se “os transportes escolares estão mais ou menos bem resolvidos”, o mesmo não se passa “com os que servem quem trabalha, sendo que o comboio, através da Linha do Minho, também não é alternativa”.

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Com a integração da rede de transportes na CIM Alto Minho, “passaria a existir uma única autoridade para os transportes e passes intermodais, garantindo a circulação dentro da região, através de qualquer meio de transporte escolhido a preços limitados e justos”.

“O passe da viagem entre a freguesia de Carreço e Viana do Castelo, por exemplo, quer seja de comboio ou de autocarro, custa cerca de 35 euros. O Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) refere que dentro do concelho nenhum passe deve custar mais de 30 euros, sendo que para pessoas com mais de 65 anos deve custar metade (15 euros)” explicou.

Jorge Teixeira garantiu ainda que o partido “apesar de todas as dificuldades, tudo fará para dissolver a empresa Águas do Alto Minho (AdAM), ou pelo menos que Viana do Castelo encete todos os esforços para se retirar desse processo, fazendo regressar a gestão das redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento básico ao município”.

A atividade operacional da AdAm teve início em 1 de janeiro de 2020. A empresa é detida em 51% pela Águas de Portugal e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (liderança PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) reprovaram a constituição daquela parceria.

“As empresas, mesmo sendo públicas, fogem ao escrutínio do comum dos cidadãos. Não faz sentido a empresarialização do setor das águas. Porquê incluir um parceiro que tem 51% do capital, que manda e decide? A câmara não tem voz e vendeu ao desbarato o controlo que tinha. Já vimos este filme. Este foi o registo em que se fizeram várias nacionalizações”, sustentou Jorge Teixeira.

Concorrem ainda às eleições do dia 26, Luís Nobre pelo PS, Eduardo Teixeira pela coligação PSD/CDS-PP, Cláudia Marinho pela CDU, Rui Martins pela Aliança, Paula Veiga pelo Nós, Cidadãos!, Maurício Antunes da Silva pelo IL e Cristina Miranda pelo Chega.

Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% (dois mandatos) e a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,11% (um eleito).