O príncipe Andrew recebeu a notificação formal da justiça norte-americana relativa à denúncia de abuso sexual efetuada por Virginia Giuffre. O terceiro filho da rainha Elizabeth II do Reino Unido está agora formalmente indiciado do crime de abuso sexual de uma menor em 2001, quando Virginia Giuffre tinha 17 anos. O crime ter-se-á consumado num apartamento em Londres pertencente à socialite Ghislaine Maxwell, que está presa após ter sido acusada de facilitar encontros com raparigas para serem violentadas sexualmente por Jeffrey Epstein.

De acordo com a imprensa britânica, o duque de Iorque tentou escapar de receber esta notificação, tendo mesmo saído de Windsor rumo ao Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a rainha britânica passa as férias de verão e a onde a ex-mulher do príncipe, a atriz Sarah Ferguson, também se encontra neste momento. Mas, de acordo com a CNN, os documentos foram entregues a 27 de agosto aos agentes da Polícia Metropolitana destacados para proteger o palácio da família real em Windsor. A queixa oficial foi realizada 17 dias antes em Nova Iorque.

No entanto, no dia anterior, a equipa legal de Virginia Giuffre já tinha tentado entregar a notificação em Windsor à Polícia Metropolitana, mas sem sucesso: o chefe da segurança terá mesmo dito que a equipa estava proibida de aceitar quaisquer documentos legais naquele local e que tinha recebido instruções para “não aceitar a notificação de qualquer processo judicial”, diz um documento citado pela CNN.

Segundo o depoimento do responsável pela entrega da notificação, o chefe de segurança terá dito mesmo que nenhum documento deixado com ele seria encaminhado para o príncipe Andrew. Nesse mesmo dia, o advogado do duque de Iorque foi contactado telefonicamente e por mensagem. No dia seguinte, a 27 de agosto às 09h30 de Londres (a mesma hora em Lisboa), a equipa de segurança já recebeu os documentos e comprometeu-se a enviar para Andrew a notificação do tribunal nova-iorquino.

Ainda assim, na quarta-feira passada, os advogados de Andrew argumentaram em tribunal que o príncipe não tinha recebido corretamente os documentos com a dita notificação. Mas David Boies, que representava a alegada vítima, insistiu que o documento foi “entregue na última morada conhecida do réu” e que também foi enviado através do Royal Mail, o serviço britânico de correio.

Virginia Giuffre diz ter sido “forçada, sob ameaças expressas de Epstein, Maxwell e do príncipe Andrew, a realizar atos sexuais com o príncipe Andrew, ao ponto de temer a morte, danos físicos ou outras repercussões caso desobedecesse, uma vez que os três tinham ligações poderosas, riqueza e autoridade”, cita o El País. O príncipe Andrew e uma fonte oficial da família real negam todas as acusações, mas a própria Ghislaine Maxwell menciona nas suas declarações às autoridades que o duque participaria em encontros de natureza sexual em Londres e Nova Iorque juntamente com Epstein, de quem seria amigo.

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