O candidato do PSD à Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Machado, defendeu esta terça-feira uma regulamentação da zona industrial, visando lotes abandonados ou devolutos que representam “ameaças para a saúde”.

“Falta regulamentação”, disse esta terça-feira à agência Lusa Pedro Machado, adiantando que em concelhos “com uma vocação claramente industrial e empresarial”, existem mecanismos regulamentares para, “passados dois anos, fazer reverter os lotes, ou à posse municipal ou para uma estratégia que possa ser colocada no mercado, para outras empresas os poderem vir a adquirir”.

O parque industrial da Figueira da Foz é um espaço de 112 hectares, infraestruturado na década de 1980, localizado na margem esquerda do Mondego, a cinco quilómetros da cidade e que alberga cerca de 50 entidades, a maioria empresas industriais e de serviços.

Em declarações à margem de uma visita a duas empresas ali instaladas – a Somitel, ligada às telecomunicações, e a United Resins, de produção de resinas — Pedro Machado notou a existência de lotes com empresas encerradas, edifícios ao abandono e abundante vegetação em redor.

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“Não pode continuar o que está aqui a acontecer. O que identificámos, num desses lotes que está, há anos, devoluto, é a coexistência de pragas, de um conjunto significativo de ameaças para a saúde humana e para as instalações”, frisou Pedro Machado.

O PSD dedicou a manhã do  primeiro dia de campanha eleitoral para as eleições autárquicas de dia 26 à área da industrialização e criação de emprego, identificando “problemas subjacentes ao parque industrial”.

Sobre a ampliação da zona industrial, processo em curso promovido pela Câmara Municipal, o candidato social-democrata argumentou que o alargamento de 20 hectares “não vai, seguramente, responder àquilo o que deveria ser a necessidade e a visão de futuro”.

“Só a United Resins tem 12 hectares e qualquer empresa média que aqui se queira instalar precisa entre 15 a 20 hectares”, acrescentou Pedro Machado.

Por outro lado, o candidato do PSD observou que “ainda estão por resolver” problemas estruturais.

“Desde o pecado original, que foi a posse administrativa que aconteceu entre 1997 e 2001 [no mandato de Pedro Santana Lopes, quando o parque era detido pelo empresário Aprígio Santos] e custou aos cofres da Câmara mais de quatro milhões de euros”, referiu.

Outro problema, já identificado, diz respeito às águas pluviais: “A Câmara vai ter de desembolsar mais de meio milhão de euros se o quiser resolver”.

“E vai ter de acabar a infraestrutura, vai ter de tratar a sinalética e questões normalmente relacionadas com a sua construção”, indicou.

Para além do candidato do PSD, são candidatos à Câmara da Figueira da Foz Rui Curado Silva (BE), Bernardo Reis (CDU), Miguel Mattos Chaves (CDS-PP), Pedro Santana Lopes (independente) e Carlos Monteiro (PS), atual presidente da autarquia.

O executivo municipal da Figueira da Foz é liderado pelo PS, com seis mandatos, contra três do PSD, sendo que o partido retirou a confiança política a dois dos seus vereadores.