O Reino Unido vai começar a administrar vacinas contra a Covid-19 a jovens entre os 12 e os 15 anos, anunciaram as autoridades de saúde britânicas esta segunda-feira. Esta terça-feira, Boris Johnson deverá incluir o reforço da vacinação dos maiores de 50 anos na apresentação do plano de inverno, segundo o jornal The Guardian.

A decisão tomada pelos ministros da Saúde dos quatro países britânicos vai ao encontro do parecer do Joint Committee on Vaccination and Immunisation (JCVI), o grupo independente de cientistas que assessora o governo nestas matérias, mas não reúne consenso entre os profissionais de saúde.

A médica Caroline Johnson, que também é deputada dos conservadores, afirmou estar “desconfortável” com os motivos que levaram à aprovação da expansão da vacinação aos jovens: evitar problemas em ambiente escolar. “Nenhuma criança precisa de se isolar, segundo as regras atuais, se for um contacto — só se for um caso positivo. E o máximo nesse caso seria de oito dias de escolaridade. Isto se eles apanharem [o vírus] durante o período letivo”, disse a deputada e médica.

E prosseguiu: “O ministro realmente acredita que vacinar três milhões de crianças para evitar uma média de quatro dias de falta à escola ou menos é realmente razoável?”

Reforço da vacina para maiores de 50 anos

Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, deverá anunciar também o início da campanha de reforço da vacinação contra a Covid-19, esta terça-feira, incluído na apresentação do plano para o inverno, noticiou o jornal The Guardian.

Especialistas não aconselham doses de reforço das vacinas contra a Covid-19 nesta fase

A medida, a confirmar-se, vai contra a opinião de Sarah Gilbert, uma das principais responsáveis pela vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca, e de um conjunto alargado de especialistas, incluindo da Organização Mundial da Saúde e do regulador norte-americano (FDA).

O reforço com uma terceira dose da vacina deverá ser dado a pessoas com mais de 50 anos e pessoas mais vulneráveis segundo as prioridades seguidas anteriormente.

A dose de reforço é “desnecessária”, considera professora de Vacinologia na Universidade de Oxford

O Guardian referiu ainda que, no plano de inverno, Boris Johnson poderá anunciar o regresso do uso de máscara obrigatório em certos espaços, o teletrabalho quando possível e voltar a impor distanciamento físico em Inglaterra. A ideia é que não se volte ao confinamento.

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