O caminho para se chegar a Alcanede, no extremo norte do concelho de Santarém, tem muitas curvas e cerca de 30 quilómetros, um trajeto que o candidato do Chega à presidência do município percorreu esta quarta-feira para uma ação de campanha.

“Esta estrada para chegar até aqui não tem lógica nenhuma”, desabafou Pedro Frazão, em conversa com um agricultor e um reformado, no café situado junto ao cruzamento principal da vila.

Acompanhado por Manuel Lebre, candidato à Junta de Freguesia de Alcanede (dominada pelo PSD e uma das três em Santarém em que o Chega avança com uma candidatura, as que contam com maior número de eleitores), e pela presidente da distrital do partido, Manuela Estêvão, Pedro Frazão andou pela rua principal da vila entregando panfletos com as propostas da sua candidatura e apelando a que, dia 26, seja exercido o direito de voto.

“Não estou a dizer para votarem em nós. Cada um vota em quem quiser, mas o importante é ir, combater a abstenção”, foi dizendo, aproveitando para deixar o convite para a presença no comício que o partido realiza na próxima segunda-feira, com o presidente do Chega, André Ventura, em Santarém.

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“Queremos ter o apoio popular, principalmente na cidade, mas também no mundo rural, porque o Chega é um partido que defende o mundo rural, defende as tradições, defende a identidade cultural ribatejana”, disse o candidato à Lusa.

Além da candidatura à Câmara e à Assembleia Municipal, o Chega apresenta listas na União de Freguesias da Cidade de Santarém (onde estão registados metade dos 50.828 eleitores do concelho) e nas freguesias de Alcanede (3.685 eleitores) e do Vale de Santarém (2.353 eleitores).

Conduzido por Manuel Lebre, antigo emigrante em França, onde foi assessor de um autarca, a pequena comitiva do Chega passou na bomba de gasolina, onde entregou o folheto ao dinamizador do Portal de Alcanede, site que vai promover um debate com os candidatos à freguesia.

“A primeira coisa que vou dizer é que quero uma auditoria à junta. Quero saber o que se passou em 20 anos. Somos um partido de ajuste de contas, contra compadrios, contra cunhas”, disse Manuel Lebre, acrescentando a necessidade de haver um autarca que seja “próximo das populações”.

A comitiva entrou no café e no pequeno mercado de apenas uma vendedora antes de ir ver a ponte romana e o castelo, com Manuela Estêvão a lamentar o “abandono do património histórico” da vila.

Pedro Frazão notou o estado de “abandono”, a perda de população, as obras “de maquilhagem” em curso na rua principal da vila “para encher o olho e para enganar o eleitor mais incauto”.

“Mas investimento de fundo, que venha gerar prosperidade, venha gerar emprego e que venha gerar condições de vida aceitáveis para o século XXI, de facto, não existe”, frisou, não deixando de aproveitar para deixar a mensagem de que a sua candidatura quer olhar para Santarém como “capital do Ribatejo”, região que “beneficiará” se a cidade for “fulgurante, dinâmica, vibrante do ponto vista cultural e turístico”.

O atual presidente do município escalabitano, Ricardo Gonçalves (PSD), concorre a um terceiro mandato, candidatando-se, ainda, às eleições do próximo dia 26 o socialista Manuel Afonso, a bloquista Fabíola Cardoso, o comunista André Gomes, pela CDU, o dirigente do Chega Pedro Frazão, o técnico de recursos humanos Alexandre Paulo (CDS-PP), a docente de informática e robótica Rita Lopes (PAN) e o gestor de produto Marcos Gomes (IL).