O presidente do Chega afirmou, na noite desta terça-feira, que o PSD “deixou de ser ameaça para quem quer que seja” e que tem dúvidas sobre se Rui Rio quer ser primeiro-ministro ou vice-primeiro-ministro de António Costa.

“Na verdade, o PSD deixou de ser ameaça para quem quer que seja e tornou-se de braços dados com António Costa e com o sistema, eu chego a ter dúvidas sobre se Rui Rio quer ser primeiro-ministro ou se quer ser vice-primeiro-ministro de António Costa”, disse André Ventura num jantar-comício na Maia, distrito do Porto.

Perante mais de 200 pessoas, que empunhavam t-shirts e bandeiras do partido, o presidente do Chega referiu ter dúvidas sobre se o PSD está interessado em ser governo em Portugal ou se quer, na verdade, fazer um acordo com o PS.

Num discurso de mais de 30 minutos, André Ventura revelou que lhe disseram que caso o Chega seja, conforme afirma que as sondagens dizem, a terceira força política nacional, que o PSD preferirá fazer um acordo com o PS do que com o Chega.

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“Deixem-me dizer-vos isto muito claramente e para que Rui Rio oiça bem isto em casa, se o PSD prefere fazer acordos com o PS do que com o Chega, também nós vamos dizer o seguinte: é porque connosco nunca iria funcionar nenhum governo”, frisou.

Ventura adiantou que se é esse o caminho que o PSD quer fazer, então prefere ser líder da oposição durante 20 anos do que pertencer a um “governo indigno” de servir Portugal.

Além do PSD, o líder do Chega apontou críticas ao primeiro-ministro, António Costa, e às suas declarações sobre a carga fiscal.

“E disse António Costa que afinal a carga fiscal portuguesa nem é assim tão má e eu fiquei a pensar que o nosso primeiro-ministro não vive no mesmo país que nós, num país onde a eletricidade é das mais caras da Europa e onde a gasolina e o gasóleo envergonham qualquer português”, vincou.

Ventura ressalvou ainda que António Costa agora “não para quieto” e todos os dias diz que vai “fazer isto e aquilo” com o dinheiro da Europa, mas esses “milhões” que aí vêm não vêm recuperar a economia portuguesa.

Dizendo que o Chega é o partido “mais perseguido em Portugal”, Ventura vincou que “não há nenhum tribunal, nem nenhum processo, nem nenhuma força mais ou menos democraticamente eleita, nem sequer Ferro Rodrigues [Presidente da Assembleia da República]” que o vão travar.