O Bloco de Esquerda (BE) de Leiria está contra a construção de centros escolares no concelho, defendendo o investimento nas escolas existentes, afirmou esta quinta-feira o candidato dos bloquistas à Câmara nas próximas autárquicas.

“Os estabelecimentos de proximidade, que facilitam o acesso aos estudantes, aos alunos das localidades, devem ser uma prioridade e não os centros escolares, que são a prioridade dos vários executivos”, defende Luís Miguel Silva.

Para o cabeça de lista do BE, apenas com o ensino descentralizado é possível “desenvolver o espírito cívico e de participação dos jovens nos meios em que estão inseridos”, porque “as escolas devem ser entendidas como elementos estruturantes do desenho das localidades e promotoras de identidade e de sentimento de pertença”.

Assim, os bloquistas recusam a política de construção de centros escolares e “o armazenamento dos jovens e crianças nesses centros”.

Luís Miguel Silva considera que esses aglomerados têm servido para “mascarar as necessidades de pessoal — trabalhadores das cantinas, dos serviços de limpeza, até mesmo de professores, que cada vez têm mais alunos para ensinar”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na freguesia dos Marrazes, por exemplo, a construção do centro escolar “foi um erro” e “é uma enorme trapalhada”, acusa Frederico Pereira, 21 anos, candidato do BE à União das Freguesias de Marrazes e Barosa.

“A construção do centro escolar tinha sido embargada porque a empresa entrou em insolvência. Neste momento temos uma construção desvalorizada, quase ao abandono” quando há “uma escola a 50 metros que tem poucas condições”.

“O nosso dinheiro estaria muito melhor empregue na requalificação das escolas que já existem e na construção de outras que não centros escolares”, frisa Frederico Pereira, que pede “melhores condições aos professores, funcionários e alunos”.

Nos Parceiros, onde também nasceu um centro escolar nos últimos anos, o candidato do BE à União das Freguesias de Parceiros e Azoia identifica outro problema:

“Além da perda de identidade, os centros escolares criam problemas de mobilidade”, porque “aglomeram uma enorme quantidade de estudantes num sítio”, considera Ivo Santos, de 22 anos.

Para o cabeça de lista à Câmara de Leiria, Luís Miguel Silva, o futuro das crianças e jovens “depende também da qualidade do tempo que têm em família” e, por isso, o BE quer “combater a precariedade e lutar pelo trabalho com direitos”, para que as “relações de trabalho não olhem para as pessoas como meros números”.

Nas últimas eleições autárquicas, em 2017, o PS manteve a liderança da Câmara de Leiria, conquistando oito mandatos, enquanto o PSD obteve três.

São candidatos à Câmara de Leiria nas eleições autárquicas marcadas para dia 26 o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes (PS), Álvaro Madureira (PSD), Fábio Joaquim Seguro (CDS-PP), Filipe Honório (Livre), Luís Miguel Silva (BE), Luís Paulo Fernandes (Chega), Marcos Ramos (Iniciativa Liberal), Pedro Machado (PAN) e Sérgio Silva (CDU).