A cabeça de lista da coligação “Movimento Cuidar de Évora” formada por Nós, Cidadãos! e RIR, candidata à Câmara de Évora, Florbela Fernandes, prometeu, esta quinta-feira, disponibilizar 200 habitações a “custos controlados ou renda apoiada” para a “classe média baixa”.

“Estamos a perder população, como a generalidade do país, mas Évora tem condições, face a outras cidades do Alentejo, para dar uma melhor resposta nesta matéria”, afirmou à agência Lusa Florbela Fernandes, após reunião na universidade local.

Segundo a candidata, a proposta de disponibilizar as 200 casas consiste na alteração do acordo feito pelo município, no ano passado, com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), que prevê um investimento de 63 milhões de euros.

“Da análise que fiz ao acordo que foi feito entre o município e o IHRU, com base no Plano Local de Habitação, o que está previsto é fazerem-se 200 casas de habitação social, onde atualmente é o bairro do Escurinho“, referiu.

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Considerando que esta zona da cidade “tem que desaparecer”, porque “é degradante”, e que as famílias que lá vivem devem ser realojadas, Florbela Fernandes discordou que estas 200 casas se destinem a habitação social.

Os critérios para a atribuição de habitação social abrange “um grupo muito específico de pessoas, que são os indigentes, mais pobres e do Rendimento Social de Inserção”, mas também “existe necessidade de habitação para a classe média baixa”, salientou.

A candidata deu como exemplo uma idosa com quem falou que “tem 600 euros de reforma” e que paga 300 de renda ou os jovens que “ganham mil euros, 700 euros ou o salário mínimo nacional”.

“Temos que pensar nesta fatia da população e, naturalmente, fazer uma boa intervenção e uma boa gestão do parque de habitação social de Évora para responder aos tais casos sociais sérios que não podem também ficar de fora”, assinalou.

Para a cabeça de lista da coligação “Movimento Cuidar de Évora”, a disponibilização destas 200 casas para habitação social, como “parece ser” a intenção da atual gestão CDU do município, “vai dar origem a um gueto”.

Quanto à reunião com a reitora da Universidade de Évora (UÉ), Florbela Fernandes disse que a sua candidatura, no caso de vencer as eleições, está “de porta aberta para trabalhar em parceria” com a academia.

“A questão do alojamento” para os estudantes universitários “é também uma prioridade para nós, estamos em sintonia e só temos que nos sentar e tentar desbloquear processos”, acrescentou.

Nestas eleições, além de Florbela Fernandes, estão na corrida à Câmara de Évora o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU — PCP/PEV), José Calixto (PS), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), Raul Rasga (BE) e Carlos Magno Magalhães (Chega).