A segurança da barra da Figueira da Foz para as embarcações de pesca e o estado daquela atividade económica são preocupações enunciadas esta quinta-feira por Pedro Machado, cabeça de lista do PSD àquela Câmara do litoral do distrito de Coimbra.

“O problema maior de todos, no curto prazo, é a segurança da barra, que não depende do município, mas que o município não pode, nem de perto nem de longe, alhear-se de pressionar o Governo, com caráter de urgência”, disse à agência Lusa Pedro Machado, no final de uma visita à Docapesca local.

A questão, adiantou o candidato social-democrata, não incide apenas na segurança da barra do porto comercial — que as embarcações de pesca, mais pequenas, têm dificuldades em transpor — mas também o assoreamento e as condições de acesso “que dificultam e muito vários tipos de pesca”.

A pesca de cerco, de arrasto ou artesanal, “em particular o cerco, estão muito limitadas pelas condições de acesso à barra e da segurança da barra”, enfatizou Pedro Machado, que, citando dados de fevereiro, observou que a barra “esteve fechada” em 24 dos 28 dias.

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“E isso abre condições de concorrência favoráveis quer a norte quer a sul, muito em particular Peniche, tal qual aqui ficou documentado, e essa é uma preocupação forte”, enfatizou.

Pedro Machado alertou ainda para a “perda compulsiva” de competitividade do porto de pesca “de há 30 anos a esta parte, e que se tem vindo a agravar. E a tendência, é, ainda, de agravamento”.

“Com esvaziamento da Figueira da Foz, quer para Peniche, quer para Matosinhos, como aqui hoje ficou demonstrado, quer no que significa, depois, nos impactos diretos e indiretos nas famílias e, sobretudo, nos pescadores”, avisou o candidato do PSD.

“Há aqui uma economia que depende da coexistência e da continuidade destas embarcações e o que está a acontecer é, praticamente, estarem a ser dizimadas nos últimos 30 anos e, muito em particular, nos últimos 10 anos”, frisou.

Dados esta quinta-feira avançados por Júlio Seiça, adjunto da direção da Docapesca da Figueira da Foz, na reunião com os candidatos do PSD à Câmara e junta de freguesia de São Pedro, apontam, desde os finais da década de 1980, para a redução do número de arrastões ali existentes (de 22 para “cinco ou seis”) e, na pesca do cerco, as 15 traineiras existentes na altura são esta quinta-feira oito, às quais se juntam quatro embarcações mais pequenas, apelidadas de tucas.

“São preocupações acrescidas. A segurança, à cabeça, mas uma segurança que é castradora da competitividade”, argumentou Pedro Machado.

Para além de Pedro Machado (PSD), são candidatos à Câmara da Figueira da Foz nas eleições de dia 26 Rui Curado Silva (BE), Bernardo Reis (CDU), Miguel Mattos Chaves (CDS-PP), Pedro Santana Lopes (independente) e Carlos Monteiro (PS), atual presidente.

O executivo municipal da Figueira da Foz é liderado pelo PS, com seis mandatos, contra três do PSD, sendo que o partido retirou a confiança política a dois dos seus vereadores.