A primeira campeã mundial de xadrez, Nona Gaprindashvili, processou esta quinta-feira a Netflix por difamação na famosa série “O Gambito da Dama”.

A série que tem como protagonista a atriz Anya Taylor-Joy retrata a vida de uma rapariga que cresce num orfanato, onde aprende a jogar xadrez com um dos auxiliares. A história desenrola-se entre vícios e torneios ganhos, onde a personagem principal acaba por se tornar uma das maiores jogadoras de xadrez dos Estados Unidos.

Agora com 80 anos, Nona Gaprindashvili decidiu abrir um processo contra a Netflix onde afirma que a série é “uma mentira devastadora” por sentir que diminui os seus feitos “em frente a milhões de espetadores”.

Tudo isto, porque a série utiliza Nona como comparação à personagem principal num episódio onde o comentador do jogo afirma que “a única coisa incomum acerca dela [a personagem], é o seu sexo, e mesmo isso não é caso único na Rússia. Existe a Nona Gaprindashvili, a campeã mundial feminina, e nunca enfrentou homens”.

Ponto que Nona desmente e considera que foi uma experiência “insultuosa”. De acordo com o jornal New York Times, Nona ficou abalada ao saber que a série em questão não valoriza as suas vitórias contra oponentes masculinos. Nomeadamente a sua derradeira vitória contra 7 homens em apenas um torneio.

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Nona Gaprindashvili salienta ainda que “a Netflix criou uma narrativa a mostrar uma jovem a competir contra os melhores jogadores masculinos de xadrez, no entanto humilhou a verdadeira mulher que derrotou homens num cenário mundial, na mesma época”.

Em resposta a estas acusações, a Netflix salienta que a empresa “tem o maior respeito pela ilustre carreira de Gaprindashvili, mas considera que as acusações não têm fundamento”.

Nona Gaprindashvili tornou-se jogadora profissional de xadrez com apenas 13 anos. Foi a primeira campeã mundial do desporto e a primeira mulher a ser consagrada Grão-Mestre.