O cabeça de lista do BE à presidência da câmara da Guarda, Jorge Mendes, defendeu esta sexta-feira uma intervenção “urgentíssima” no Bairro da Fraternidade, onde residem cerca de 80 pessoas e tem sido “desprezado pelos diversos executivos” municipais.

Segundo Jorge Mendes, o bairro social, localizado próximo do parque municipal, na zona das Lameirinhas, onde existem cerca de 20 habitações, necessita de uma intervenção “urgentíssima” por ali existir uma “situação grave” que “muitos guardenses nem sequer imaginam”.

“Quem cá vem e quem cá vive, sente na pele os problemas do dia a dia. Além de que estas casas, para além da questão do amianto [nas coberturas] e da questão do radão, não têm aquecimento ou têm um aquecimento extremamente deficiente”, afirmou Jorge Mendes à agência Lusa, durante uma visita ao bairro social, acompanhado pelo eurodeputado do BE José Gusmão.

O candidato considera que os moradores nas habitações sociais “estão ao abandono”.

“É uma situação inadmissível no século XXI. Uma cidade [como a Guarda] que quer realmente ser cosmopolita, que quer apresentar-se como Capital Europeia da Cultura, não pode fazer de conta que nada disto existe. E, portanto, mais do que mostrar aquilo que é de bom, aquilo que a cidade tem, também temos que intervir naqueles que têm mais dificuldades, nos que são mais pobres e nos que são marginalizados. E este é um caso concreto onde isso acontece”, justificou.

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Jorge Mendes disse que a situação no bairro agravou-se nos últimos quatro anos.

As casas estão degradadas, têm telhados em amianto e existem relatos de “pessoas que já faleceram com cancro”, apontou.

Os moradores no bairro social têm-se queixado junto da autarquia, mas, segundo o cabeça de lista do BE, as queixas “não têm qualquer tipo de seguimento”.

O BE sugere uma intervenção da autarquia no local, alegando que a Câmara Municipal “não pode gastar 0,04% do seu orçamento em habitação, tem que intervir fortemente na recuperação do património e fazer uma requalificação deste bairro, dando-lhe a dignidade que merece”.

A autarquia da Guarda é presidida pelo PSD desde 2013, quando o partido ganhou as eleições com o candidato Álvaro Amaro, que repetiu a vitória em 2017.

Nas eleições autárquicas de 2017 o PSD obteve 61,20% dos votos e cinco mandatos autárquicos, e o PS obteve 23,35% e elegeu dois vereadores.

O município é presidido, desde abril de 2019, por Carlos Chaves Monteiro, que substituiu Álvaro Amaro quando este foi para o Parlamento Europeu.

Na Guarda, além de Jorge Mendes, são candidatos à liderança do município Sérgio Costa (independente), Carlos Chaves Monteiro (PSD), Luís Couto (PS), Pedro Narciso (CDS-PP), Honorato Robalo (CDU) e Francisco Dias (Chega).