O candidato do BE à Câmara de Viana do Castelo defende que a recuperação de património tem de ser uma “urgência” e que o executivo municipal “não pode ficar à espera de fundos comunitários” para preservar as “joias” do concelho.

“A Câmara Municipal tem de dispor de verbas próprias para resolver aquilo que é emergente (…) A Câmara Municipal tem de tratar bem o seu património. Não pode esperar 30 anos por fundos [comunitários] para recuperar o seu próprio património”, afirmou esta sexta-feira à agência Lusa Jorge Teixeira.

O arquiteto, de 56 anos, referia-se à Escola Profissional Artística do Alto Minho (ARTEAM) que esta sexta-feira visitou e onde se reuniu com a direção.

No final, à Lusa, explicou que o edifício “situado em pleno centro da cidade, local tão relevante para a cidade, está em tosco há 30 anos”.

“Há 25 anos fez-se uma recuperação em parte do edifício, mas o resto continua em tosco. Provavelmente se fosse um particular a Câmara já teria mandado demolir ou resolver o problema. A Câmara não pode tratar os outros como não se trata a si própria”, observou, lembrando que “há anos que o BE levanta o assunto nas reuniões da Assembleia Municipal”.

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A ARTEAM iniciou a sua atividade em 1992, então como Escola Profissional de Música de Viana do Castelo (EPMVC), sob a alçada da Fundação Átrio da Música (FAM), criada em 1999.

“A escola debate-se com falta de espaço e inclusivamente já adaptou parte do tosco a salas de música”, apontou.

O edifício onde se encontra a ARTEAM começou a ser projetado, em 1979, pelo arquiteto Henrique de Carvalho, professor da Faculdade de Arquitetura do Porto, já falecido. Na altura foi pensado para ser um Centro de Arte e Cultura. Em 1993 foi cedido, ainda por concluir, à então EPMVC e à FAM, mas parte das obras só foi concluída em 2000, com exceção do auditório.

“Nós que falamos sempre na Meca da arquitetura temos ali uma joia inacabada. (…) Aquele edifício recebe visitas de estudantes de arquitetura e é lastimoso que se mantenha naquele estado”, lamentou o candidato do BR.

Jorge Teixeira, que é também professor do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), frisou que a EPMVC “presta um excelente trabalho, e é uma mais-valia da cidade”.

“A escola tem mais de 400 alunos, mas diariamente em simultâneo estão mais de 250 pessoas no edifício que não tem condições. Ainda por cima sendo um ensino tão particular, onde é preciso aulas individuais e de orquestra. Os alunos têm de percorrer outros espaços da cidade com instrumentos às costas”, criticou.

Além de Jorge Teixeira pelo Bloco de Esquerda, concorrem às eleições do dia 26, Luís Nobre pelo PS, Eduardo Teixeira pela coligação PSD/CDS-PP, Cláudia Marinho pela CDU, Rui Martins pela Aliança, Paula Veiga pelo Nós, Cidadãos!, Maurício Antunes da Silva pelo IL e Cristina Miranda pelo Chega.

Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% (dois mandatos) e a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,11% (um eleito).