O candidato do Livre à Câmara do Porto prometeu esta sexta-feira”dobrar” a oferta de habitação pública nos próximos quatro anos, considerando que o trabalho desenvolvido nesta área pelo presidente do município, Rui Moreira, foi “claramente insuficiente”.

“Nós propomos dobrar a oferta de habitação pública na cidade nos próximos quatro anos, com vista ao longo da próxima década podermos tentar resolver a questão da habitação que é um problema que já tem décadas”, declarou o candidato Lusa, à margem da arruada que o Livre organizou esta sexta-feira, com início no miradouro da Rua das Aldas, junto à Sé do Porto, e que, devido à chuva que se fez sentir na cidade, acabou por ser interrompida.

Diamantino Raposinho considerou que os concursos para arrendamento acessível para classe média e baixa que o executivo de Rui Moreira desenvolveu foram “claramente insuficientes”.

A arruada iniciou-se na Sé, precisamente para mostrar as “dificuldades do centro histórico” com a “pressão turística” e a consequente “pressão sobre habitantes para deixarem as suas casas”, explicou o candidato, recordando que a freguesia do centro histórico do Porto perdeu nos últimos 10 anos cerca de 7% da população, segundo os Censos.

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Diamantino Raposinho defendeu também a criação de uma “zona de exclusão de alojamento local” e “de novos empreendimentos turísticos”, com o objetivo de diminuir a pressão imobiliária, de forma que as pessoas que já lá moram possam continuar, e para que possa haver uma “renovação das pessoas”.

“Temos de estancar a perda de população, nomeadamente na freguesia do centro histórico, e temos de reverter este processo, ganhando população, tornando a cidade mais densa por dentro para tentar aliviar o que é a pressão que neste momento sentem os cidadãos do centro.

O candidato do Livre defende a criação de um “projeto piloto de Rendimento Básico Incondicional (RBI) no Porto, em cooperação com universidades” e “autarquias vizinhas”, para experimentar entregar esse rendimento de “forma gradual” e “alargada a quatro anos”.

“Pretendemos perceber se este tipo de solução pode ajudar, ou não, a diminuir as desigualdades e a permitir que as pessoas tenham mais tempo para estudar, e de que forma o RBI, a médio e longo prazo, tem influência na forma como as pessoas olham para a sua vida”, explicou.

O RBI é uma prestação atribuída a cada cidadão, independentemente da sua situação financeira, familiar ou profissional, e suficiente para manter uma vida com dignidade e já foi experimentado em alguns países da União Europeia de forma “muito limitada de um ou dois anos”, disse.

São candidatos à presidência da Câmara do Porto, nas eleições de 26 de setembro Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” – apoiado por IL, CDS, Nós, Cidadãos! e MAIS), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te) e Diamantino Raposinho (Livre).