O candidato do Nós, Cidadãos! à Câmara de Aveiro, Paulo Alves, apelou esta sexta-feira aos aveirenses para, no dia 26, darem um “cartão vermelho” ao atual presidente da autarquia, que acusa de andar a governar para um “lobby económico”.

“O que se tem visto nestes últimos dois mandatos é que o executivo atual tem governado mais para um ‘lobby’ económico e para os interesses da partidarite”, disse o candidato, durante a apresentação da sua candidatura autárquica, que tem como lema “política para as pessoas”.

Paulo Alves, que aparece a liderar uma lista do movimento “Amar Aveiro” que concorre à Câmara de Aveiro pelo partido Nós, Cidadãos!, acusou o executivo de Ribau Esteves de estar “mais virado para a promoção imobiliária”, afirmando que a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), em 2019, “beneficiou várias empresas privadas que adquiriram bolsas de terreno em vários pontos da cidade”.

O candidato deu como exemplo o caso das antigas piscinas do Beira-Mar e dos terrenos da antiga lota, que a autarquia está a negociar com o Governo e a Administração do Porto de Aveiro, no âmbito do processo de descentralização, adiantando que, com a revisão do PDM, essas zonas passaram a ter uma possibilidade de construção de nível 1, que pode ir até seis andares.

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São situações pertinentes, porque têm a ver um pouco com o modelo de gestão autárquica, mas que vai acabar por descaracterizar um pouco o que é a cidade. Este volume de construção em zonas de cheia, de baixa, acho que não faz sentido”, disse.

O candidato criticou ainda a obra de requalificação do Rossio, que prevê um parque de estacionamento subterrâneo, considerando que se trata de um negócio “ruinoso” para o município.

“Aqui o que acontece é uma coisa mesmo devastadora ao cofre público. A Câmara paga o parque — 12,5 milhões mais IVA – e ainda dá, a troco de um pequeno valor, a concessão por 40 anos e a concessão do parque do estacionamento do Mercado Manuel Firmino”, explicou.

Paulo Alves defende que o futuro orçamento municipal deve ser “assente na vertente social para poder ajudar as pessoas mais desfavorecidas” e propõe um verdadeiro “choque fiscal” para ser aplicado no período de pandemia e pós-pandemia.

“Temos que reduzir o IMI para a taxa mínima de 0,3%, temos que isentar a derrama às empresas e temos que devolver às pessoas os 5% do IRS”, disse o candidato, adiantando que estão a estudar a possibilidade de isentar de IMT os jovens até aos 35 anos.

O cabeça de lista do Nós, Cidadãos! propõe um modelo de gestão autárquica que diz ser “inovador” com o propósito de “diminuir a corrupção em Portugal”, apostando na diminuição da relação comercial entre o município e as empresas privadas e na “remunicipalização de parte dos serviços”.

Alertando para a “falta de transparência” na gestão autarquia, Paulo Alves apelou aos aveirenses para darem um “cartão vermelho” ao atual executivo liderado pela maioria PSD/CDS-PP/PPM, no dia 26, e, ao mesmo tempo, pede um “cartão verde” para si.

O que melhor poderia acontecer à cidade e aos aveirenses era ser nomeado vereador para ser o polícia e o fiscal de toda a ação municipal que sem verificado nestes anos todos”, vincou.

Em 26 de setembro concorrem como cabeças de lista à Câmara de Aveiro Ribau Esteves (PSD/CDS-PP/PPM), Manuel Oliveira de Sousa (PS/PAN), Nelson Peralta (BE), Miguel Viegas (CDU – PCP/PEV), Cândido Oliveira (Chega), Miguel Gomes (Iniciativa Liberal), Paulo Alves (Nós, Cidadãos!) e João Pinto (PCTP/MRPP).