O secretário-geral do PCP defendeu, esta sexta-feira, que a presença da CDU na autarquia de Guimarães só pode ser reconquistada “milho a milho”, na noite em que a dirigente do PEV Heloísa Apolónia integrou a campanha autárquica.

Sem chuva e com um dos principais largos de Guimarães quase cheio, Jerónimo de Sousa apareceu acompanhado de Heloísa Apolónia, dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” e antiga deputada.

Os vimaranenses, considerou, não têm dúvidas sobre o que está errado no concelho e o secretário-geral comunista explicou como é que podem ajudar a CDU a regressar ao executivo municipal.

“Milho a milho, pedaço a pedaço, homem a homem, mulher e jovem”, sustentou Jerónimo de Sousa, aludindo que cada voto faz a diferença.

Sobre os problemas que Guimarães enfrenta, coube à cabeça de lista da CDU, a deputada do PEV Mariana Silva, elencá-los.

Por um lado, o município liderado pelo PS “não foi capaz” de encontrar uma solução para os “problemas evidentes no desnivelamento da rotunda de Silvares”, uma das mais atravessadas do concelho, afirmou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mariana Silva também defendeu o reforço da ligação ferroviária entre Guimarães e o Porto e a criação de uma ligação direta para Braga. As duas cidades minhotas estão separadas por pouco mais de 25 quilómetros, mas ir de comboio de uma para a outra só é possível com o transbordo em Santo Tirso, demorando mais de uma hora, de acordo com a informação disponível no ‘site’ da CP.

O executivo, continuou, fez a gestão da cidade através “da imposição”, por isso, o que está em causa é o “julgamento de quatro anos de maioria absoluta” socialista e a sua ação “incompetente, arrogante, eleitoralista e com falta de ambição”.

A sessão foi inteiramente dedicada a Guimarães, mas o secretário-geral do PCP reforçou os ataques ao Governo, em particular no que diz respeito à legislação laboral.

Os socialistas continuam irredutíveis, insistiu o membro do Comité Central, em “não revogar as normas gravosas” da legislação do trabalho, em particular a caducidade da contratação coletiva. Mas a convergência ainda é possível, ou, nas palavras de Jerónimo de Sousa, é possível “emendar a mão”.

Convergência houve entre Heloísa Apolónia e o secretário-geral comunista. A dirigente do PEV advogou que o Governo está “amarrado aos interesses dos grupos económicos”, umas das principais críticas apontadas por Jerónimo de Sousa.

A Coligação Democrática Unitária (CDU) – composta pelo Partido Comunista Português (PCP), pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e pela Associação Intervenção Democrática – concorre a 305 câmaras nas eleições autárquicas de 26 de setembro.

Há quatro anos perdeu nove municípios para os socialistas e contabilizou o pior resultado neste ato eleitoral.