O candidato da Iniciativa Liberal à presidência da Câmara de Santarém ouviu este domingo palavras de carinho em Almoster, freguesia onde cresceu e cujos problemas, a par das restantes freguesias rurais, quer levar para o executivo municipal.

“Apesar de não termos uma candidatura em qualquer freguesia, é importante que nós não nos esqueçamos que as freguesias existem e eu, como cresci numa freguesia rural, percebo que o poder camarário se tem esquecido em algumas situações, ou em bastantes situações, das freguesias rurais”, disse Marcos Gomes, 24 anos, à Lusa.

Lamentando o “distanciamento entre o centro urbano e as freguesias rurais”, o mais jovem candidato à presidência da Câmara de Santarém apontou a pouca atratividade para a fixação de pessoas nas freguesias, nomeadamente devido à deficiente rede de transportes na ligação à cidade de Santarém.

Acompanhado pelo ainda mais jovem candidato à Assembleia Municipal, João Gomes (18 anos), e de alguns elementos do núcleo de Santarém da IL, Marcos ouviu palavras de incentivo dos mais velhos e, várias vezes, a expressão “olha o meu menino”, das senhoras que se dirigiam à missa de domingo, este domingo presidida pelo bispo de Santarém “para apresentar o novo padre de Almoster”.

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“Só ele. Está tolo. Mas tudo tem um princípio”, soltou César Silva, 73 anos, que esteve na lista social-democrata de João Neves, pai de Marcos Gomes, nos três últimos mandatos à frente da junta, e, que, na impossibilidade da recandidatura do autarca, decidiu “regressar às origens”, para apoiar de novo o PS.

Também em campanha, o novo candidato do PSD à freguesia, Carlos Curto, atual presidente da Assembleia de Freguesia, deixou ao jovem Marcos a máxima com que afirmou reger a sua vida, “determinação, serenidade, objetividade”, sublinhando à Lusa respeitar a divergência de opinião.

“O importante é o conteúdo. Ele está a começar a semear. As coisas para existirem têm de ter um começo”, disse, à saída do café, salientando que, “como pessoa, não há nada a dizer” do Marcos.

Ao Nuno, que lhe disse não votar nunca porque os políticos “só se lembram nesta altura”, Marcos fez questão de dizer que trabalha e estuda e não vive da política.

E não o deixou ir sem que lhe dissesse porque não vota, com Nuno a explicar que, quando começam, os políticos “até podem ir com muito boas intenções, mas ou entram no jogo ou não se safam”, com Marcos a pedir para que leia o seu folheto, conheça melhor a IL e compare com os outros.

Aos que dizem que não votam, Marcos dá “uma especial atenção, porque são essas pessoas que de facto estão esquecidas no sistema, estão esquecidas pela classe política”.

“Mais do que dizer, tenho de ouvir. É importante ouvir. Sinto, e as pessoas têm-mo dito, que sentem que não são ouvidas (…), os seus anseios, as suas preocupações”, disse à Lusa, declarando estar disponível “para essa escuta ativa”.

Pela rua principal da povoação, atravessada por muitos camiões, e à entrada dos cafés, Marcos Gomes foi explicando que as ideias que traz para Santarém “são inovadoras, são novas”.

“O poder instalado do PSD há 16 anos faz com que se repitam as mesmas políticas sistematicamente e, de facto, é isso que é preciso alterar. É preciso novidade na política, é preciso uma nova voz e é isso que nós trazemos”, sublinhou.

Questionado sobre se colocou a família num dilema na hora de votar para o executivo municipal, atualmente liderado pelo partido que apoiam, o PSD, Marcos salientou o muito apoio e incentivo que recebeu, confiando que vai contar com esses votos.

O atual presidente do município escalabitano, Ricardo Gonçalves (PSD), concorre a um terceiro mandato, candidatando-se, ainda, à presidência da Câmara de Santarém, nas eleições do próximo dia 26, o socialista Manuel Afonso, a bloquista Fabíola Cardoso, o comunista André Gomes, pela CDU, o dirigente do Chega Pedro Frazão, o técnico de recursos humanos Alexandre Paulo (CDS-PP), a docente de informática e robótica Rita Lopes (PAN) e o gestor de produto Marcos Gomes (IL).