Marques Mendes afirma que o Conselho de Ministros vai tomar decisões sobre a pandemia na próxima quinta-feira com vista a deixar cair algumas restrições. No habitual espaço de comentário da SIC, o antigo líder do PSD avança que haverá abertura de discotecas com certificado digital, o fim do limite de pessoas por grupo nos restaurantes e o fim dos limites de lotação nas lojas, espetáculos culturais, casamentos e eventos similares.

Além disso, entende como “objetivos prováveis” até ao final do ano a prioridade à vacinação da gripe “já sem a task force da vacinação”, que “em outubro deve ser extinta”. “Será o Ministério da Saúde a dirigir o processo, com apoio de retaguarda das Forças Armadas”, afirmou Marques Mendes.

Considera ainda que, “em dezembro, o mais provável é ser decidido uma terceira dose aos que têm mais de 65 anos; e uma segunda dose aos recuperados da Covid, que já são cerca de 10% da população”.

Em relação aos resultados da vacinação em Portugal, que rondam os 85% da população, entende serem “impressionantemente positivos”. “Somos o melhor país entre os 27”, sublinha.

O antigo líder do PSD elogia ainda o Estado português por ter doado cerca de 1,2 milhões de vacinas aos países africanos de língua portuguesa, a Timor Leste e à COVAX, a plataforma global de acesso às vacinas contra a Covid-19. Em contraponto, critica o “egoísmo mundial em torno das vacinas”, dando o exemplo de África, em que só 6% da população tem uma dose de vacina e 4% a vacinação completa.

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O comentador da SIC considera também “inadmissível” o comportamento dos chamados “negacionistas” da pandemia, que insultaram Ferro Rodrigues enquanto almoçava num restaurante em Lisboa. Está em causa “o abuso e o insulto” e um “ataque ao Estado de Direito Democrático”, tendo em conta que o presidente da Assembleia da República é a segunda figura na hierarquia do Estado. “Não podem ficar impunes”, considerou Marques Mendes, avisando que “a autoridade do Estado, quando não se exerce, degrada-se”.

“Se esta gente ganha um estatuto de impunidade, estes comportamentos vão crescendo, vão subindo de tom, vão aumentando de violência e minam a nossa democracia”, afirmou o ex-líder do PSD. “O Ministério Público e os tribunais devem agir como deve ser, aplicando a lei”.

Em relação às eleições autárquicas, entende que o PS corre o risco de perder Coimbra e várias autarquias nos Açores, mas, ainda que possa ter uma ligeira redução de câmaras, conseguirá uma “vitória clara em número de câmaras e votos”.

Já o PSD, admite que possa ganhar várias câmaras nos Açores, na Madeira e em municípios de menor dimensão, reduzindo a diferença face ao PS, mas corre o risco de ter “fraca votação nas áreas urbanas” e “de perder câmaras por causa do Chega”

Em geral, Marques Mendes entende que a campanha eleitoral está a ser “relativamente pobre de ideias”, com António Costa a ser “o grande protagonista”, para o melhor e para o pior. O antigo líder do PSD considera que está a haver “excesso de governamentalização destas autárquicas” e critica o primeiro-ministro por “insinuar que os autarcas socialistas serão mais eficazes do que os outros a aplicarem os fundos da bazuca”.

O comentador afirma que “isso é mentira” e “publicidade enganosa”. Mas, mais grave, diz, há “um caso de quase pornografia eleitoral”, em que vários autarcas socialistas insinuam “que com eles haverá uma bênção especial do Governo para aplicar a bazuca”. É, para Marques Mendes, “um descaramento”.

Relativamente à mudança do Tribunal Constitucional para Coimbra, Marques Mendes afirma que a opinião da maioria dos juízes do tribunal, que disseram ser um desprestígio, “é inqualificável”, uma opinião “absurda, provinciana, corporativa e centralista”.