Francisco Dias, candidato do Chega à Câmara da Guarda, defendeu esta segunda-feira a redução do número de funcionários da autarquia, sem efetuar despedimentos, e o recurso a empresas exteriores, para que o município “seja mesmo eficiente” nas suas funções.

Segundo o candidato, o município tem 600 trabalhadores, o que, face ao número de habitantes do concelho, “é um mau indicador económico”.

Para reduzir o número de colaboradores autárquicos, Francisco Dias, que é técnico superior da autarquia, não propõe o despedimento, mas “por cada funcionário que se reforme, não se deve meter ninguém, a não ser que seja para uma função muito específica”.

Na sua opinião, a medida proposta seria aplicada até se chegar “a um valor de pessoal mais baixo, que seja adequado às funções da Câmara”.

O candidato do Chega também pretende “reverter” a atividade dos serviços de água e saneamento para o município, para os Serviços Municipalizados, tendo em conta a dívida existente para com a empresa Águas de Portugal.

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Francisco Dias propõe, ainda, “entregar outras funções” da autarquia à iniciativa privada, porque ‘os sapatos é para os sapateiros‘, como se costuma dizer”, dando o exemplo do Hotel de Turismo que depois de ser gerido pela Câmara, “teve vários anos sucessivos de prejuízo, até que entrou em falência”.

Quero criar essencialmente, acima das Divisões, porque os [contratos de] ‘outsourcing’ irão aumentar, um gabinete de contratação pública (…), um gabinete de fiscalização dessa atividade privada, e quero criar um gabinete de consultadoria externa e auditoria interna”, disse esta segunda-feira à agência Lusa.

Os gabinetes de consultadoria externa e de auditoria interna permitiriam controlar o funcionamento interno da autarquia, “para que os munícipes sejam bem atendidos” e contactar as empresas e ajudá-las naquilo que necessitem, justificou.

O cabeça de lista do Chega também considera que o sistema de avaliação, o SIADAP, “não está correto”, alegando que “privilegia os amigos das chefias”, defendendo que “tem que haver meritocracia”.

Temos que passar por um sistema de avaliação de rigor”, vinca.

Com as medidas propostas, o candidato do Chega pretende que o município da Guarda “seja mesmo eficiente” e com “um funcionamento ágil”.

A autarquia da Guarda é presidida pelo PSD desde 2013, quando o partido ganhou as eleições com o candidato Álvaro Amaro, que repetiu a vitória em 2017.

Nas eleições autárquicas de 2017 o PSD obteve 61,20% dos votos e cinco mandatos autárquicos, e o PS obteve 23,35% e elegeu dois vereadores.

Na Guarda, além de Francisco Dias, são candidatos à liderança do município Sérgio Costa (independente), Carlos Chaves Monteiro (PSD), Luís Couto (PS), Pedro Narciso (CDS-PP), Honorato Robalo (CDU) e Jorge Mendes (BE).