O candidato do Chega à presidência da Câmara do Porto diz ser incompreensível o candidato independente, e atual presidente Rui Moreira, gastar 300 mil euros numa campanha eleitoral de “fim de ciclo” e cujo movimento é “extinto em 2025”.

Não compreendo, como é que no seu último mandato, em fim de ciclo, que é um passeio normalmente, se gasta 300 e tal mil euros numa campanha mais cara do país, inédita desde que há eleições autárquicas. (…) Se calhar devia pegar nesse dinheirinho e ajudar as pessoas. Não dá para perceber. É que não dá para perceber, porque isto não é um projeto. O projeto do Rui Moreira não tem continuidade”, declarou o candidato do Chega, António Fonseca, durante uma ação de campanha que decorreu esta segunda-feira na zona da Rotunda da Boavista.

O candidato do Chega, e atual presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, eleito em 2013 pelo movimento independente de Rui Moreira, disse que o “pior erro” do atual autarca foi “fugir ao manifesto que estava subjacente ao movimento”.

O recandidato independente à Câmara do Porto, Rui Moreira, apresentou em 2013 a sua candidatura com o apoio de CDS-PP, com um manifesto eleitoral assente na coesão social, economia e emprego, cultura e desenvolvimento.

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Não podia continuar a pactuar com a política praticada pelo atual presidente, que contraria o manifesto de 2013. O Bolhão era para ter também casas para habitação para universitários. Está no projeto (…), nomeadamente a construção de casas para renda acessível, para os jovens, para os estudantes (…)”, denuncia António Fonseca.

O candidato critica Rui Moreira por não ter feito ao longo de oitos anos de mandato o que prometeu, assumindo que a “gota de água, foi a pandemia”.

Durante o estado pandémico, Rui Moreira não apoiou não só as juntas; não apoiou as famílias na hora, como Lisboa apoiou, e sobretudo o comércio tradicional que fechou. (…) Em contrapartida andou a oferecer viaturas à PSP em pleno estado pandémico, gastou ali alguns milhares de euros, quando devia ter apostado em apoio às famílias. Possivelmente até sou prejudicado, mas sinto-me bem assim, se calhar durmo mais descansado – que ele que não sei como é que consegue dormir, com os sem-abrigo, com as pessoas que foram expulsas, com as pessoas que perderam os empregos”, assinalou.

No projeto do Chega para o Porto, António Fonseca destacou como “bandeira” as rendas acessíveis, com a cedência de terrenos gratuitos para rejuvenescer uma cidade “velha”.

“A cedência de terrenos gratuitos para empresas de construção que queiram construir habitação de renda acessível. Durante um período de 20 ou 25 anos, ter ali uma garantia de renda acessível. Permitir que as famílias, os jovens possam constituir famílias” para combater o envelhecimento da cidade do Porto”, disse o candidato, referindo que há “muitos terrenos em Campanhã e Ramalde”.

São candidatos à presidência da Câmara do Porto, nas eleições de 26 de setembro Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” – apoiado por IL, CDS, Nós, Cidadãos! e MAIS), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te) e Diamantino Raposinho (Livre).