O candidato do PPM à Câmara do Porto Diogo Araújo Dantas acusou a CNE e ERC de “nada fazer” contra a “discriminação” jornalística que a sua candidatura tem sido alvo, admitindo o recurso a instâncias internacionais “para fazer justiça”.

“Não conseguimos fazer a nossa própria justiça cá dentro, vamos ter de fazer lá fora”, admitiu, adiantado que o PPM está a estudar a possibilidade de avançar para os tribunais nacionais e internacionais.

Em declarações à Lusa, em Campanhã, local onde estava programada uma ação de campanha que não aconteceu, o cabeça-de-lista pelo Partido Popular Monárquico (PPM) adiantou que a ação deverá visar todos os que fizeram com que o partido estivesse ausente dos debates “à revelia das instituições que deviam inspecionar e à revelia do estado de direito democrático”.

Dando como exemplo a sua exclusão nos debates promovidos pela SIC e pela TVI, Diogo Araújo Dantas lembrou que o PPM apresentou há mais de um mês diversas queixas quer à Comissão Nacional de Eleições quer à Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC) sem que até ao momento tem havido “qualquer decisão”.

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“Estão a protelar o tempo à espera que as eleições passem e que isto não passe de um assunto burocrático”, lamentou, responsabilizando as duas instituições em causa, bem como da Assembleia da República, do presidente da República — a quem também apresentaram o seu protesto — pela “discriminação” da sua candidatura.

“Estou a responsabilizar todas as instituições democráticas em Portugal. Além da CNE e da ERC, que deviam ser órgãos de inspeção, os outros órgãos — a presidência do regime e a Assembleia do regime — não fizeram absolutamente nada”, lamentou.

À Lusa, Diogo Araújo Dantes disse ainda que acredita estar perante “uma tentativa programada de calar quem tem uma visão completamente diferente do regime” e “de condicionar um discurso que não é politicamente correto e que é profundamente contra o poder estabelecido, central e camarário”.

“Estamos muito preocupados, pensávamos que vivíamos num Estado de direito democrático, mas parece-me que não é nem Estado de direito, nem democrático. Parece-me que há um número de pessoas que vivem acima da lei e são os donos disto tudo e que resolvem estar acima da lei e acima da democracia”, acusou.

Salientando que o PPM foi afastado dos debates de forma arbitrária, o cabeça-de-lista pelo partido ao Porto disse sentir-se “profundamente prejudicado” e acusou os órgãos de comunicação de “primeiro escolher os candidatos e depois os critérios”.

Concorrem à Câmara do Porto, Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” — apoiado por IL, CDS, Nós Cidadãos, MAIS -, Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre).