O candidato da CDU à presidência da Câmara de Bragança, António Morais, visitou esta terça-feira a aldeia do Zeive onde a população precisa de boleia para ir votar, no domingo, por só ter secção de voto na sede da freguesia.

A urna de voto vai estar aberta, no domingo, no Parâmio, a sede da União de Freguesias que engloba ainda as aldeias de Fontes e Maçãs, com um total de 314 eleitores inscritos, mas um número de residentes que ronda os 200 nas quatro aldeias.

“Quem não tiver transporte próprio ou boleia, não vota”, disse à Lusa Abílio Afonso, que seria o seu caso concreto não fosse o conterrâneo Licínio Gonçalves, que já combinou dar-lhe boleia no domingo.

Do Zeive ao Parâmio são “uns três quilómetros” por uma estrada estreita ladeada de castanheiros, que leva quem não tem carro a engrossar a abstenção.

“Qualquer um vinha a votar, tendo aqui a secção de voto, mas assim não é tão fácil”, comentou Abílio, a quem vai valendo, como a outros habitantes, a boleia como a de Licínio, que tanto leva “para ir votar como para ir ao médico ou para beber uns copos”.

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O Zeive fica nos limites dos concelhos de Bragança e Vinhais e é uma das aldeias do Parque Natural de Montesinho que não tem rede de esgotos, mas paga os resíduos na fatura da água, nem tem rede telemóvel.

Problemas que, o candidato garante, a CDU tem levado à Assembleia Municipal, o único órgão autárquico onde tem representatividade com um eleito e que espera reforçar nestas eleições, num concelho onde o PSD tem maiorias absolutas há 20 anos.

O candidato da CDU gostava que a simpatia que diz que tem encontrado no terreno “se traduzisse em votos” porque defende que “não é bom e não é positivo a prática das maiorias que não respeitam a minoria que tenha representatividade”.

Na aldeia do Zeive, o candidato diz que a coligação entre o PCP e o PEV (Partido Ecologista os Verdes) é “particularmente bem recebida” e tem ali “alguns apoiantes de longa data”.

Em tempos, a CDU já teve lista nesta freguesia, mas “ultimamente o resultado da desertificação que se faz sentir também pesa de forma bastante acentuada.

“A dinâmica que se cria não é suficiente para uma lista credível que se possa afirmar, dois ou três não fazem uma lista e, portanto apostamos acima de tudo na eleição e no reforço quer para a Câmara, quer para a Assembleia municipais”, afirmou.

O candidato salientou que o que norteia a CDU “é o interesse público, servir e não servir-nos” e que “não é por acaso que durante os 40 e tal anos que a democracia tem e das largas centenas de autarcas em exercício pela CDU, não há nenhum processo em tribunal por má conduta ou por desvio de dinheiros em benefícios próprios”.

Além de António Morais da CDU, são candidatos à presidência da Câmara de Bragança Hernâni Dias do PSD, Jorge Gomes do PS, André Xavier do Bloco de Esquerda, Paula Vieira do CDS-PP e Carlos Silvestre pelo Chega.