A cabeça de lista do Chega à Câmara de Braga acusou esta terça-feira o atual executivo de “falta de transparência”, defendendo a criação de um “departamento de auditoria interna” e a “diminuição dos ajustes diretos”.

Em declarações à Lusa, Eugénia Santos apontou como exemplos da falta de transparência na autarquia de Braga, liderada pela coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PP/PPM), o “negócio da SGEB [uma parceria público-privada para gestão de equipamentos desportivos]” e a venda das ações da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sporting Clube de Braga (SCBRaga).

“Há uma enorme falta de transparência na Câmara de Braga. A transparência também se vê na facilidade e na celeridade com que nós resolvemos os problemas e os assuntos na câmara municipal (…). Nós sabemos que se tiver um conhecimento, se fizer um pagamento por baixo da mesa consegue com mais facilidade, isso é o que nos chega diariamente”, disse.

Para “resolver” a questão da transparência o Chega quer que seja criado “um departamento de auditoria interna a fim de apoiar a gestão na avaliação dos procedimentos e na prevenção da fraude e da corrupção”, bem como “dar prioridade aos concursos públicos, reduzir drasticamente a utilização do procedimento de ajuste direto”.

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A candidata lembrou que o partido apresentou uma queixa ao Ministério Público devido ao negócio da SGEB, por considerar estar “em causa branqueamento de capitais, porque apesar do atual edil dizer que nada tem a ver, não, a lei diz especificamente que o município tem que saber para onde é que vai esse dinheiro”.

“Não percebemos porque é que essa empresa que estava com um Plano de Recuperação, porque é que aquele valor que deveria ter sido destinado para pagar aos credores, pagar ao Estado, em Braga mais de uma centena de empresas ficaram sem esse valor, foi passado para três empresas cujo administrador é o mesmo da SGEB”, explicou.

O Chega, disse, apresentou também outra queixa no Ministério Público sobre a venda das ações da SAD do SCBraga.

“O negócio [da venda das ações da SAD que a autarquia detinha] foi pouco transparente. Não se sabe a quem foram vendidas as ações. A câmara tem que dizer, porque os adeptos, os simpatizantes e os bracarenses querem saber para quem vão as ações. Pode ter ido para um fundo estrangeiro, não se sabe. Não há transparência, não há uma resposta”, referiu.

Para Eugénia Santos, “os governantes e os políticos têm que perceber que as autarquias não são deles”.

“Eles estão a representar o povo, os que votaram neles e aqueles que não votaram também. Todo esse dinheiro, que é nosso, tem que ser muito bem gerido (…) por isso uma das bandeiras do programa é a transparência porque é o dinheiro dos munícipes”, finalizou.

Nas eleições de domingo, os cabeças de lista à Câmara de Braga são Ricardo Rio (coligação PSD/CDS/PPM/Aliança), Hugo Pires (PS), Bárbara Barros (CDU), Alexandra Vieira (Bloco de Esquerda), Teresa Mota (Livre), Olga Baptista (Iniciativa Liberal), Rafael Pinto (PAN) e Eugénia Santos (Chega).