A candidata do PAN à Câmara e à Assembleia Municipal de Santarém comprometeu-se esta terça-feira a bater-se pelo regresso dos vendedores do mercado municipal ao edifício junto ao centro histórico que está há dois anos em reabilitação.

Na companhia de Inês Sousa Real, porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Rita Lopes ouviu esta terça-feira os lamentos de cerca de uma dúzia de vendedoras, na esmagadora maioria idosas, que aceitaram ser colocadas numa parte da Casa do Campino enquanto decorrem as obras no edifício do mercado municipal, ao qual acreditam que já não irão regressar.

Uma das vendedoras contou como se sentiu chocada com a forma como o executivo social-democrata as retirou do edifício, chamando “um batalhão de polícias”, quando apenas queriam assegurar que poderiam continuar a vender e não ser metidas “num canto”, como disse ter acontecido com a ida para a Casa do Campino.

Para Rita Lopes, não só “a remodelação, recuperação e reabilitação do mercado não está a correr como devia”, com sucessivos atrasos, como é preciso garantir que os vendedores poderão regressar ao espaço que “durante uma vida toda foi deles e que agora lhes querem retirar”, exigindo que concorram a uma banca, como se “estes anos todos no mercado não valessem nada”.

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“Isso é injusto”, disse à Lusa, sublinhando que alguns venderam durante décadas no mercado municipal, são agora idosos, e “não podem ser abandonados e colocados em pé de igualdade com outras pessoas que nem sequer têm noção se calhar do que é que é o mercado”, o que vai “descaracterizar por completo o mercado municipal”.

A candidata do PAN nas eleições do próximo domingo salientou que o partido tem no seu programa a defesa da produção local como uma das medidas para mitigação das alterações climáticas, indo bater-se, também em Santarém, pela valorização do “que é nosso” e tem “mais qualidade”.

Na câmara ou na assembleia vai bater-se para que o município faça parcerias com produtores locais para fornecimento das cantinas escolares.

“É uma forma de dinamizar a economia local e servir os cidadãos com produtos de qualidade”, disse.

Rita Lopes afirmou ser sua expectativa, no próximo domingo, conseguir, pelo menos, ser eleita para a Assembleia Municipal, para que a voz do PAN tenha maior expressão nas políticas locais, em particular nas questões ambientais.

A candidata iniciou a ação de campanha desta terça-feira junto à praça de touros Celestino Graça, onde, juntamente com a comitiva que acompanhou Inês Sousa Real, fez um minuto de silêncio em homenagem aos “animais torturados nas arenas”, sob o olhar de três aficionados, um deles vestindo uma t-shirt branca com a inscrição “forcado amador com orgulho” e, nas costas, “tauromaquia também é cultura”.

Para Rita Lopes, sendo a economia por detrás desta atividade “um dos argumentos com mais peso” na contestação ao fim das touradas, é possível reconverter as profissões a ela associadas e encontrar formas de valorizar práticas que não envolvam maus-tratos aos animais, tal como se fez com os circos.

O atual presidente do município escalabitano, Ricardo Gonçalves (PSD), concorre a um terceiro mandato, candidatando-se, ainda, à presidência da Câmara de Santarém, nas eleições de domingo, o socialista Manuel Afonso, a bloquista Fabíola Cardoso, o comunista André Gomes, pela CDU, o dirigente do Chega Pedro Frazão, o técnico de recursos humanos Alexandre Paulo (CDS-PP), a docente de informática e robótica Rita Lopes (PAN) e o gestor de produto Marcos Gomes (IL).