O candidato do BE à presidência da Câmara de Évora defendeu esta quarta-feira a “diversificação económica do concelho”, para não estar preso a “uma monocultura turística”, e a aposta na habitação.

“A diversificação económica do concelho é fundamental, seja com grandes, pequenas e médias empresas. Todas são bem-vindas, desde que cumpram a lei geral do país e tragam emprego qualificado” e “trabalho digno”, afirmou o cabeça de lista do BE, Raul Rasga.

Numa ação de campanha para as autárquicas de domingo realizada à porta das duas fábricas de Évora da construtora aeronáutica brasileira Embraer, o candidato notou que os direitos dos trabalhadores não podem ser esquecidos.

“Só há trabalho digno quando os trabalhadores têm direitos” e, no caso das fábricas locais da Embraer, “sabemos que há algumas questões complicadas que os sindicatos estão a tentar resolver”, argumentou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Há alguma dificuldade na negociação entre os sindicatos e a administração”, disse, baseado na informação de “algumas fontes” e referindo que “é preciso que trabalhadores e administração da fábrica se encontrem para resolver os seus diferendos”.

Nesta ação, os elementos do BE contactaram com trabalhadores das unidades fabris, as quais cumpriram esta terça-feira nove anos desde a inauguração, e alguns deles comentaram: “É um trabalho duro” ou “podíamos ganhar mais”.

Segundo o candidato, a diversificação da economia local é importante porque Évora não pode estar presa “a uma monocultura turística ou a qualquer outra”, mas é algo “muito difícil” se o concelho não resolver “um problema básico”, o da habitação.

“Há bocado, estávamos ali a ouvir, com alguns dos trabalhadores, o facto de o preço da habitação ser ‘com vista para o mar'”, ou seja, as casas têm um preço elevado, assinalou.

Por isso, Raul Rasga propõe “um parque público de habitação”, por um lado, assente na requalificação dos chamados bairros sociais e, por outro, na criação de habitações que sirvam “quem precisa de arrendar casa a preços que se possam pagar”.

“Não vale a pena dizermos que vêm os ‘clusters’ disto e daquilo se as condições básicas para as pessoas se poderem fixar em Évora não existem”, indicou, aludindo à “qualidade de vida, transportes, habitação que se possa pagar” e “escolas que funcionam” como ativos para o desenvolvimento.

A propósito das eleições de domingo, o candidato manifestou “muita confiança” de que o BE eleja um vereador para o executivo camarário.

Além de Raul Rasga, estão na corrida à Câmara de Évora o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU — PCP/PEV), José Calixto (PS), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), Florbela Fernandes (coligação formada por Nós, Cidadãos!/RIR) e Carlos Magno Magalhães (Chega).