O cabeça-de-lista do Livre à Câmara do Porto defendeu esta quarta-feira ser preciso “uma rede integrada” para uma mobilidade ciclável e em modos suaves “segura”, criticando a autarquia por ter iniciativas ‘ad hoc’ como a da avenida Brasil.

No Dia Europeu Sem Carros, o candidato do Livre à presidência da Câmara do Porto nas eleições autárquicas de domingo, Diamantino Raposinho, chegou de bicicleta à ciclo-oficina do Porto e lamentou, em declarações à Lusa, ver “uma cidade repleta de carros”.

“Não há neste momento condições de segurança para que alguém possa fazer uma vida normal e de forma segura usando modos de transportes suaves”, afirmou.

Diamantino Raposinho reforçou por isso a necessidade de no Porto ser implementado “um plano integrado e holístico, que olhe para a cidade como um todo”, em articulação com os concelhos vizinhos.

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“O que pretendemos é ter uma rede integrada para uma mobilidade ciclável e suave segura para todos”, defendeu.

Considerando que as iniciativas levadas a cabo pelo atual executivo em termos de mobilidade suave “não foram planeadas”, mas sim feitas “‘ad hoc'”, Diamantino Raposinho afirmou ser necessário “planear” estes meios de transporte e as suas vias, à semelhança do que foi feito com as estradas.

“Antes de se fazerem as estradas, planeia-se. Antes de fazer as ciclovias, também temos de planear (…). Não podemos largar as coisas às pessoas e achar que tudo vai correr bem. Não. É preciso planear de antemão, falar com as pessoas e perceber em que ponto faz sentido ou não haver um posto de bicicletas partilhadas, pensar quais são as melhores rotas”, disse.

Defendendo, no entanto, que a câmara não “vai fazer tudo sozinha”, o candidato do Livre disse ser necessária “uma democracia participativa” e articular soluções para a mobilidade com as pessoas e associações da cidade.

“Não pode ser a câmara a impor soluções”, afirmou, destacando que a criação da ciclovia na avenida Brasil, na Foz do Porto, foi outra medida “‘ad hoc'” da autarquia.

“É mais um exemplo de como uma medida ‘ad hoc’ acaba por trazer mais malefícios do que benefícios para aquilo que deve ser uma medida absolutamente essencial que é ter uma rede de mobilidade ciclável na cidade”, referiu.

Diamantino Raposinho disse ser preciso “redesenhar” aquela via ciclável, apontando duas soluções para tal: “deveríamos retirar o transporte público daquele local e colocá-lo numa faixa ao lado, ou o contrário, colocar a via ciclável numa via ao lado e o transporte público e individual passariam por aquela faixa”.

À Lusa, o candidato do Livre salientou ainda que o Polo da Asprela poderia ser um dos locais por onde começar essa “rede integrada”, ligando os “vários polos da universidade através de vias segregadas”.

Para o Livre, outra das soluções a integrar nesta “rede” de promoção dos modos suaves passa pela utilização do estacionamento reservado a automóveis na cidade para criar “estacionamento seguro para as bicicletas e outros meios suaves de transporte”.

Concorrem à presidência da Câmara do Porto nas eleições autárquicas de domingo Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” — apoiado por IL, CDS, Nós Cidadãos, MAIS), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te) e Diamantino Raposinho (Livre).