A cabeça de lista da CDU à Câmara de Braga afirmou esta quarta-feira um “compromisso inabalável” com o reforço do investimento na cultura e criticou os “valores irrisórios” que “durante muitos anos” os orçamentos municipais reservaram para aquele setor.

Em declarações à Lusa, à margem de uma ação de campanha para as autárquicas de domingo, Bárbara Barros admitiu que o “desinvestimento” na cultura começou a ser invertido com os dois últimos orçamentos, sobretudo o de 2021, mas alertou que agora não se pode “voltar para trás”.

“O próximo executivo tem de manter um compromisso inabalável com o investimento na cultura, não podemos voltar para trás, aos valores irrisórios e ao investimento de zero por cento na cultura. Precisamos de o aumentar até, para sermos capazes de cumprir a estratégia aprovada para 2030”, acrescentou.

Para Bárbara Barros, “durante muitos anos, e já nesta governação [da maioria liderada, desde 2013, pelo social-democrata Ricardo Rio], foi-se perpetuando um desinvestimento muito grande na Cultura”.

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“O orçamento municipal dedicado à cultura servia para satisfazer as transferências correntes de equipamentos, pagamentos e rendas, manutenção do que já estava instalado. Em muitos orçamentos sucessivos havia um saldo de zero por cento de novo investimento para a cultura. A situação alterou-se nos dois últimos orçamentos, em especial no de 2021, com a aprovação unânime da estratégia cultural Braga 2030”, referiu.

Uma estratégia que Bárbara Barros considera poder ser essencial para que Braga tenha sucesso na candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027.

Para a cabeça de lista da coligação que junta PCP e Partido Ecologista Os Verdes, a candidatura deverá “ser essencial para uma política cultural mais forte no futuro, para além de 2027”.

“Preocupamo-nos com o que pode ser o legado da candidatura, independentemente de ganharmos o título”, afirmou, para reiterar que terá de haver um investimento forte na cultura.

Bárbara Barros quer, desde logo, a remodelação do antigo cinema São Geraldo e a sua transformação no Media Arts Center.

“Deve ser uma prioridade para os próximos quatro anos, porque Braga precisa de mais equipamentos culturais e de mais espaços para que associações e coletividades posam ter espaço de ensaio, atividade e espetáculos”, referiu.

Lembrou que a Câmara está há mais de dois anos a pagar uma renda mensal de 12 mil euros pelo edifício, sem que as obras tenham ainda começado.

Paralelamente, preconizou a valorização e musealização do teatro romano de Braga, “um dos principais e maiores teatros romanos do país”.

Disse que muito do património ali existente já foi destruído na década de 80, aquando da construção de uma urbanização nas imediações, mas sublinhou que é preciso defender o que resta.

Nas eleições de domingo, os cabeças de lista à Câmara de Braga são Ricardo Rio (coligação PSD/CDS-PP/PPM/Aliança), Hugo Pires (PS), Bárbara Barros (CDU), Alexandra Vieira (Bloco de Esquerda), Teresa Mota (Livre), Olga Baptista (Iniciativa Liberal), Rafael Pinto (PAN) e Eugénia Santos (Chega).