O North Music Festival, previsto para 30 de setembro, 1 e 2 outubro, foi novamente adiado, desta feita devido à falta de parecer final da DGS e à exigência de teste, mesmo para quem tem certificado digital Covid-19. À Rádio Observador, Jorge Veloso, diretor do evento, diz: “Se a DGS não escreveu e estava à do Conselho de Ministros, que dissesse”. E adiantou: “Nós não temos hipótese, um festival não se monta em 15 dias”.

“Temos zero resposta [da DGS]”, acusou Jorge Veloso. A DGS, por sua vez, refere que “não foi ainda emitido o Parecer Técnico por se estar a aguardar a publicação da nova Resolução de Conselho de Ministros, a qual poderá conter alterações às regras para a organização dos eventos, tendo a organização sido informada desta condicionante”.

A DGS informa ainda que não foram emitidas quaisquer recomendações à Organização deste evento”, diz a DGS.

Devido à ausência de um parecer concreto e final da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a realização da 4.ª edição do North Music Festival, e estando apenas a uma semana do arranque do evento, a organização do North Music Festival vê-se obrigada a adiar, uma vez mais, a realização do Festival”, anunciou esta quarta-feira a organização, sem adiantar nova data.

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Em comunicado, os responsáveis pelo festival justificam a decisão com a impossibilidade dar início ao calendário de montagens que começariam precisamente durante esta quarta-feira, “plano hipotecado pelo facto de existirem, ainda, licenciamentos pendentes do parecer final da DGS”.

“Apesar de todos os esforços efetuados e contactos estabelecidos no sentido de desbloquear esta situação, de manter a realização do Festival e de proporcionar um evento seguro para o público, chegamos a um momento em que se torna humana e logisticamente impossível adiar as montagens efetivas do evento“, assinala-se na nota de imprensa.

Para lá da ausência de parecer final “concreto e específico à data de hoje”, a organização diz ainda ter sido confrontada com uma outra exigência que impõe – para a concretização do festival com plateia de pé – a realização de testes a todo o público, mesmo os que já possuem certificado de vacinação contra a Covid-19.

Assim, explica a organização, “um detentor de passe de três dias, mesmo com Certificado Digital válido, seria obrigado a efetuar teste nos três dias de festival, ou seja, um teste por dia”.

“Apesar de Portugal ser, atualmente, um exemplo na Europa, registando uma taxa de vacinação muito acima da média — próxima dos 85 por cento –, e do empenho de todos os portugueses com vista a uma nova normalidade, temos, agora, uma prova clara de que o Certificado Digital de Vacinação, e a respetiva vacinação completa, não representa uma mais-valia concreta, nomeadamente no acesso a grandes eventos culturais e musicais”, observa.

Em face destas condicionantes, continua a organização do festival, “é inviável” avançar com a realização do North Music Festival nos moldes exigidos pela DGS.

Não é razoável exigir ao público que já possui Certificado Digital que, além do valor pago pelo bilhete, tenha que se submeter e assegurar o pagamento de um teste à entrada do recinto, dado que até o teste antigénio realizado nas farmácias se tornou pago para quem tem já o Certificado Digital”, afirma a organização.

Os responsáveis referem ainda que, neste momento, não é possível avançar com uma data para a realização do festival, ficando o anúncio “suspenso e dependente das orientações e deliberações da DGS e do Governo relativamente às novas regras a seguir na realização de grandes eventos culturais, como é o caso dos festivais”.

Para os detentores de bilhetes, serão anunciadas, em breve, todas as informações referentes ao reembolso e trocas de bilhetes nos canais de comunicação oficiais do North Music Festival.

No início de setembro, aquando da apresentação do festival, a organização garantia que o North Music Festival ia “mesmo acontecer”, de 30 de setembro a 02 de outubro, na Alfândega do Porto, adiantando, à data, que iria ser disponibilizado um local de testagem rápida à covid-19.

OneRepublic, The Script e The Waterboys, Ornatos Violeta, GNR, Capicua e Linda Martini eram alguns dos nomes anuciados para o festival, aos quais se juntavam outros como Keep Razors Sharp, Cassete Pirata e Moullinex com Xinobi.

Inicialmente, o festival estava agendado para maio, mas a organização considerou mais “prudente” a realização do evento em outubro.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.933 pessoas e foram contabilizados 1.063.991 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

*Artigo atualizado às 22h28 com declarações de Jorge Veloso.