O candidato do PS à presidência da Câmara de Ponta Delgada, André Viveiros, prometeu esta quarta-feira “criar mecanismos de compensação” para estimular a separação de resíduos e reduzir a quantidade de lixo indiferenciado depositado no aterro.

“Viemos assumir um compromisso muito claro quando formos Câmara Municipal, como esperamos. A Câmara irá entregar menos lixo indiferenciado para o aterro, para que consequentemente haja menos incineração, e vamos entregar mais lixo selecionado para entrar na economia circular. Isso tudo irá beneficiar a Câmara que, neste momento, paga um milhão e seiscentos mil euros para depositar lixo”, afirmou o candidato, em declarações aos jornalistas.

André Viveiros falava após uma reunião a administração da MUSAMI (Operações Municipais do Ambiente), no Ecoparque da ilha de São Miguel, Açores.

O candidato disse que pretende “criar mecanismos de compensação para que as pessoas tenham estímulo” na separação dos resíduos.

“É na recolha porta a porta que está o ganho. Não pode ser mecanicamente, nem pode ser uma entidade pública a fazer a separação quando cada um, em casa, pode fazer esse trabalho e ter compensações”, sustentou.

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Essas compensações “vão ser estudadas” mas, segundo André Viveiros, “serão deduzíveis, ou na taxa de recolha dos resíduos sólidos, ou no pagamento da água”.

“O futuro é menos aterro, menos incineração, mais recolha seletiva, mais reutilização, mais economia circular”, vincou, dizendo ser “o único candidato com soluções muito claras e pragmáticas para isso”.

André Viveiros disse que Ponta Delgada “não pode continuar como está esta semana e como estará no sábado”, devido à greve dos trabalhadores da recolha de lixo às horas extraordinárias.

“Vamos falar com os trabalhadores muito serenamente por forma a encontrar a melhor solução para todos. Se for preciso mais trabalhadores, então vamos contratar e vamos vincular mais trabalhadores”, assegurou.

André Viveiros considerou que esta questão dos trabalhadores da recolha de lixo em Ponta Delgada “há muito tempo” que poderia ter sido resolvida.

“Se há muito tempo há trabalho em horas extraordinárias, há muito tempo se deveria ter vinculado quadros para compensar estas horas extraordinárias, até porque os trabalhadores entendem que os valores remuneratórios em causa não são estimulantes para fazer esse trabalho”, sustentou.

André Viveiros referiu acreditar que “a Câmara não vai precisar de despedir nenhum trabalhador” e, pelo contrário, “até pode precisar de mais trabalhadores para a potenciação da recolha de resíduos selecionados”.

Quanto à questão das frotas de recolha de lixo, comprometeu-se “a verificar qual o redimensionamento que podem ter” para assegurar “um trabalho mais adequado na recolha de resíduos na cidade” de Ponta Delgada.

Os candidatos à Câmara de Ponta Delgada são Pedro Nascimento Cabral (PSD), André Viveiros (PS), Vera Pires (BE), Luís Miguel Quental (IL), Luís Franco (Chega), Rui Teixeira (CDU) e Dinarte Pimentel (PAN).

Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD venceu a Câmara de Ponta Delgada com 51,28%, alcançando cinco mandatos, sendo que os outros quatro mandatos foram conquistados pelo PS (39,11%).

O BE teve 2,06%, o PAN 1,80%, a CDU 1,05% e a coligação CDS-PP/PPM 0,95%.

Em 11 eleições autárquicas livres, o PSD presidiu quase sempre à Câmara de Ponta Delgada, com exceção do mandato 1989-1993.

As eleições autárquicas estão marcadas para domingo.