Depois de a 16 de dezembro de 2001 ter perdido — surpreendentemente — a reeleição para a Câmara Municipal do Porto, Fernando Gomes reaparece agora para apoiar Tiago Barbosa Ribeiro na corrida. Ele que tem sido usado por Barbosa Ribeiro sempre que é preciso puxar dos galões socialistas, de 12 anos à frente da autarquia, integra a comissão de honra do socialista e ainda lhe dá o alento (ainda que pelos piores motivos, já que foi ele o surpreendido pela negativa) de “na política não haver vencedores ou vencidos por antecipação”.
Esta noite, num jantar, apareceu para dizer que a cidade está “demasiado tranquila” e que não era essa tranquilidade que esperava. Usando a capa de administrador da SAD do Futebol Clube do Porto ainda acrescentou que só há “grandes acontecimentos na cidade” trazidos pelo FCP.
Sobre os seus sucessores do cargo pede “ao diabo” que escolha entre um e outro, mas não parece ter dúvidas quanto ao caminho socialista a seguir — ainda que tivesse sido um arranque difícil para Barbosa Ribeiro:”Estou aqui ao lado de Tiago Barbosa Ribeiro, convencido de que ele tem a dinâmica, a coragem e o saber para inverter esta acalmia demasiado passadista que acabou por tomar conta da câmara do Porto”.
Na hipótese de Fernando Gomes não ser suficiente, Barbosa Ribeiro tinha ainda no leque de apoios nomes e caras conhecidas dos portuenses neste período de pandemia. O presidente do Conselho de Amdinistração do Hospital de São João, Fernando Araújo sentou-se à mesa com o candidato e, na mesa ao lado estava também Rui Sarmento e Castro o responsável pela equipa anti-Covid do hospital de Santo António.
Nas palavras de Barbosa Ribeiro no momento de introdução do jantar, Fernando Araújo e Sarmento e Castro são “representantes de um setor responsável por aquilo que de melhor tem acontecido no combate à pandemia”. “O Serviço Nacional de Saúde tem sido uma marca distintiva no combate à pandemia, de valorização do Estado Social, daqueles que são os valores fundacionais, perenes, do Partido Socialista”, acrescentou ainda capitalizando a resposta à pandemia.
E no dia em que Rui Moreira, num debate, pediu uma “maioria reforçada” na câmara e na Assembleia Municipal, Barbosa Ribeiro apontou a Moreira “tiques que não são compagináveis com aquilo que deve ser a cidade do Porto”, considerando que esta tem que ser “uma cidade aberta tolerante, uma cidade participada”. E para ilustrar aquilo que afirma poder tornar-se num Executivo “arrogante, sem capacidade de escrutínio” resultante de “uma maioria sem contrapeso quer na Assembleia Municipal, quer na vereação”, o candidato socialista utilizou o Museu Romântico que foi alterado, considera, “nas costas da cidade” por Rui Moreira.