O candidato do PDR à presidência da Câmara Municipal de Lisboa defendeu esta quinta-feira que compete ao Governo e à autarquia resolver os problemas nas zonas de diversão noturna, alertando que as medidas tomadas pelos empresários não resolvem a situação.

Nas últimas semanas, têm-se registado em Lisboa situações de criminalidade violenta em contexto de diversão noturna, nomeadamente no Bairro Alto, Cais do Sodré e Santos. Entretanto, na quarta-feira, foi anunciado que os empresários da zona de Santos vão encerrar os estabelecimentos às 23h00, entre quinta-feira e domingo, três horas mais cedo do que o habitual, de modo a tentar controlar os ajuntamentos noturnos.

Para o candidato do PDR, Bruno Fialho, “as medidas que os empresários estão a fazer é para se salvaguardarem e não é nenhuma medida que irá resolver a situação”.

“Compete ao Governo, ao Estado e à Câmara Municipal [de Lisboa] resolver este problema”, defendeu, em declarações à Lusa, após uma ação de campanha.

Bruno Fialho considera que a situação se resolvia com “mais policiamento, mais policiamento com disciplina”.

Para o candidato, os agentes da polícia “não têm condições nem proteção para poderem atuar em conformidade”: “Não há uma proteção aos polícias, porque quando atuam mais vigorosamente têm medo do fazer porque são logo alvo de processos disciplinares e situações similares”.

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“Isto é inadmissível acontecer numa cidade como Lisboa”, afirmou, defendendo que o que tem acontecido nas zonas de diversão noturna da capital “resulta da falta de condições que a polícia tem hoje em dia [esta quinta-feira]”, mas também “da falta de disciplina que é dada aos jovens, resultante de os pais terem de trabalhar o dia todo, não estarem presentes, os avós também não estarem presentes”.

O candidato do PDR sublinhou que “tudo isto não é uma situação que se possa dizer que é resultante de um determinado fator: é uma conjugação de fatores e situações que faz com que depois exista este barril de pólvora”.

Bruno Fialho junta à equação a pandemia da Covid-19, que “não foi bem gerida por este Governo”.

“A juventude quer liberdade, quer estar próximo um dos outros. E isto é como um animal que está preso e sai da sua jaula. É o que está a acontecer, as pessoas estiveram quase dois anos fechadas em casa e agora extravasam tudo e mais alguma coisa”, disse.

O levantamento gradual das restrições em função da vacinação contra a Covid-19 arrancou em 1 de agosto, com regras aplicáveis em todo o território continental, inclusive o limite de horário de encerramento até às 2h00 para a restauração.

Nestas medidas de alívio, esteve a reabertura de bares e outros estabelecimentos de bebidas “sujeitos às regras da restauração”. Os bares que recusem funcionar com as regras da restauração e as discotecas permanecem encerrados até outubro.