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Rodrigues dos Santos no Porto ao lado de Rui Moreira com elogios cruzados e armas apontadas ao Governo

Este artigo tem mais de 2 anos

Francisco Rodrigues dos Santos esteve com Rui Moreira num centro de saúde, teceu inúmeros elogios ao presidente da câmara e guardou todas as críticas para o Governo de António Costa.

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(Rui Oliveira/Observador)

(Rui Oliveira/Observador)

Ao penúltimo dia de campanha, Rui Moreira recebeu o segundo (e último) líder partidário. Francisco Rodrigues dos Santos começou o dia em Barcelos e seguiu para o Porto para se encontrar com o líder do movimento independente que lidera a Câmara Municipal do Porto no centro de saúde de Ramalde, uma obra construída pelo executivo e que o presidente-candidato fez questão de mostrar ao líder democrata-cristão.

Se Rui Moreira tem tido muita sorte com o tempo até então, Rodrigues dos Santos trouxe chuva, o que levou até ao cancelamento da arruada seguinte em Cedofeita, onde o líder do CDS já não iria marcar presença.

Feitos os cumprimentos iniciais, a visita ao centro de saúde fez-se sem jornalistas e falaram os dois lado a lado, à saída, com uns pingos de chuva que prometiam aumentar em pouco tempo. Rui Moreira ainda se posicionou, mas os jornalistas trocaram-lhe as voltas. Primeiro o líder do partido. Francisco Rodrigues dos Santos estava no Porto para dizer que Rui Moreira era a “opção óbvia” para o CDS, partido que apoia o movimento de Rui Moreira desde 2013, quando venceu a autarquia pela primeira vez, após Rui Rio e contra a Luís Filipe Menezes. O independente recordou até, ao lado do presidente do CDS, que essas eleições foram frente a um “candidato fortíssimo” e que o partido na altura liderado por Paulo Portas abandonou um acordo longínquo com o PSD para arriscar em Moreira.

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Oito anos depois, Francisco Rodrigues acompanha uma “tradição no apoio ao melhor presidente que o Porto podia ter”. Os elogios multiplicam-se, ao realçar “o legado que transformou o Porto numa das principais cidades europeias do ponto de vista habitacional, de qualidade de vida, de desenvolvimento económico e também cultural, sem nunca esquecer os mais carenciados”.

(Rui Oliveira/Observador)

Os elogios agradam a Rui Moreira, ainda para mais a um dia do fim da campanha eleitoral, mas mais do que isso disse estar “grato” pelo apoio do CDS desde a primeira hora. E o presidente-candidato sabe bem que no movimento há “muitas pessoas que se identificam com o CDS e com o projeto”.

“Quando há oito anos o CDS me apoiou ninguém acreditava que eu ia ganhar, quando [o CDS] tinha estado 12 anos coligado com o PSD, havia um candidato do PSD fortíssimo e o CDS apoiou-me e apreciei muito isso”, recordou. “Os valores do CDS, como à maior parte dos portugueses, são valores que a mim não me causam nenhuma perturbação, pelo contrário”, defendeu Rui Moreira ao lado do líder do partido.

A “pseudo-descentralização”, as críticas ao Governo e o dinheiro do PRR

A união dos dois tinha um alvo em comum: o Governo. Durante a manhã, Rui Moreira esteve reunido com a Ordem dos Enfermeiros e com a Ordem dos Médicos e, ao lado de Miguel Guimarães, apontou todas as críticas ao que chama uma “pseudo-descentralização” no setor da saúde, considerando que “a descentralização e a tarefização vão desgraçar os municípios”.

O recandidato à autarquia portuense mostrou-se preocupado com a passagem de competências para as câmaras municipais, nomeadamente pela forma como os centros de saúde passam a ser da responsabilidade local mas apenas na “manutenção dos edifícios e no pagamento aos assistentes operacionais”.

“É uma vergonha”, atirou. “E é suborçamentado, vai-se transferir para as câmaras essas competências, as câmaras não vão receber dinheiro suficiente, mas o cidadão comum, quando o seu centro de saúde funcionar mal, vai achar que a culpa é do município onde vive”, explicou o presidente-candidato.

E disse-o por outras palavras: “Não vejo nada positivo na pseudo-descentralização da saúde. É uma forma de passar responsabilidade financeira para os municípios. O Porto tem uma rede grande de saúde e grande capacidade instalada, mas em municípios do interior o que vai acontecer é que vão ficar aflitos, não vão ter dinheiro e quando correr mal a população vai-se virar contra os municípios”, argumentou.

Neste tema da saúde, Francisco Rodrigues dos Santos estava bem informado, justificou a presença no centro de saúde do Ramalde como “simbólica” e realçou que neste local “Rui Moreira substituiu o Estado oferecendo aos portuenses um direito essencial que é o acesso à saúde”. “Se os portuenses estivessem à espera que o Estado lhes facilitasse o acesso à saúde ainda hoje não teriam uma unidade de saúde familiar em condições. Isto é a prova que há presidentes de câmara competentes que conseguem tornear a incompetência do PS e oferecer boas condições de vida”, atirou o presidente do CDS-PP.

Por outro lado, Moreira decidiu tocar num dos temas da campanha — o Plano de Recuperação e Resiliência — para demonstrar que tem como pretensão usar esse dinheiro para “reformular outros centros de saúde para que haja resposta à população”. Por enquanto, disse, “estamos à espera dos avisos”.

Pandemia boa para Portugal? “Eurico Brilhante provavelmente esteve a viver noutro planeta”

Perante as declarações do secretário de Estado da Internacionalização que disse que Portugal ganhou com a Covid-19, Francisco Rodrigues dos Santos considera que Eurico Brilhante “talvez tenha levado a internacionalização longe de mais e provavelmente esteve a viver noutro planeta nestes últimos dois anos”.

“A pandemia foi uma desgraça que se abateu”, frisou, justificando com “o número de mortes, das empresas que fecharam, do desemprego que gerou, da pobreza, e até na dificuldade no acesso a cuidados de saúde”.

“Talvez, pergunto eu, o senhor secretário de Estado quisesse dizer que a pandemia foi uma coisa boa para o PS, porque aumentou a pobreza, tornou as pessoas mais dependentes do Estado e dos seus subsídios, engordou o aparelho do Estado e ainda permitiu ao Governo controlar, na medida do possível, a comunicação social”, atirou o líder do CDS.

A visita foi curta, depois das declarações a chuva intensificou-se, Rui Moreira e Francisco Rodrigues dos Santos abraçaram-se e o recandidato ao Porto seguiu para o carro. Pelo caminho ainda se cruzou com uma moradora bastante enervada, que questionou as opções do autarca do Porto. Rui Moreira ainda parou, mas os ânimos estavam demasiado animados e os vereadores trataram do tema.

Rui Moreira entrou no carro (e cancelou a arruada em Cedofeita) e o líder do CDS ainda ficou no local para os habituais beijinhos e abraços. Sem Moreira por lá, os elogios mudaram de alvo e viraram-se para o líder do CDS, que ainda se envergonhou.

“Este é apoiante do Moreira?”, perguntava uma moradora do bairro que por ali estava. “É o líder do CDS”, respondiam-lhe. E depois da certeza, não hesitou: “É muito bonito, levava-o para casa. É casado?” Francisco Rodrigues dos Santos corou, soltou uma gargalhada envergonhada e apontou para o dedo que mostrava a aliança do recém-casado.

(Rui Oliveira/Observador)

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