A candidata pelo BE à Câmara Municipal de Almada afirmou quarta-feira que pretende alcançar nas eleições autárquicas de 26 de setembro um resultado que permita uma governação à esquerda.

Acompanhada pela coordenadora e pelo líder parlamentar dos bloquistas, Catarina Martins e Pedro Filipe Soares, respetivamente, Joana Mortágua manifestou o desejo de obter um resultado que permita uma governação de “corpo inteiro” à esquerda.

“A partir do próximo domingo, queremos determinar uma governação à esquerda em Almada, uma governação que não seja de esquerda apenas da boca para fora, mas que o seja de corpo inteiro. É com essa ideia que confrontamos a maioria e o seu acordo de bloco central e todas as suas impossibilidades”, disse.

A recandidata à presidência e vereadora do município almadense referiu na Casa da Cerca, onde esteve cerca de uma centena de apoiantes, a pobreza, a saúde e educação como carências que têm de ser combatidas.

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“São as que adiam, sem prazo definido, a redução da tarifa da água para mais 15 mil almadenses pobres. São aquelas em que a CDU alinha para dizer que em Almada não pode haver uma cláusula anti precariedade, são as que mantêm 24 mil utentes sem médico de família e as que não querem ter vaga na escola pública para todas as crianças”, referiu.

Joana Mortágua não hesitou em apontar o dedo às governações socialistas e socias-democratas como responsáveis pelos problemas de acesso a habitação que continuam a existir em Almada.

“As impossibilidades da maioria PS e PSD fazem ricochete nas vidas de milhares de almadenses a quem é negado o direito à habitação. Aqueles e aquelas que se dirigem às reuniões públicas de Câmara para exporem os seus dramas, famílias que vão ser despejadas, mulheres que mesmo trabalhando não conseguem pagar uma casa e que uma e outra vez ouvem a mesma resposta: ‘casos como o seu, infelizmente, temos muitos'”, relatou.

A candidata do BE lamenta que as prioridades na Câmara Municipal estejam centradas noutros setores.

“Se ao menos em Almada nascessem casas como nascem rotundas ou como nascem anúncios de empreendimentos de luxo ou de hotéis de luxo, talvez assim a Câmara não se desse ao luxo de responder ‘casos como o seu, infelizmente, temos muitos’, referiu.

Joana Mortágua acusou António Costa, primeiro-ministro e líder do PS, de ter entrado na “fase das garantias invisíveis”, dando como exemplo o anúncio da expansão do metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica feito aquando da apresentação da candidata Inês de Medeiros à Câmara Municipal de Almada.

“Nós agora entramos numa nova fase, que é a fase das garantias invisíveis de António Costa. Ninguém as viu, ninguém as ouviu, mas Inês de Medeiros garante que estão lá. Onde estão as garantias dadas por António Costa a Inês Medeiros sobre a expansão do metro até à Costa da Caparica”, afirmou.

A candidata bloquista não ficou por aqui nas críticas a António Costa.

“O primeiro-ministro anda a correr os comícios do Partido Socialista disparando os milhões da bazuca para todos os lados e parece que não sobrou um cêntimo para provar as garantias que deu a Inês de Medeiros sobre a expansão do metro até à Costa da Caparica”, disse.

Além de Joana Mortágua, concorrem à presidência da Câmara de Almada a atual presidente, Inês de Medeiros (PS), Maria das Dores Meira (CDU), Nuno Matias (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM/MPT), Vítor Pinto (PAN), Bruno Coimbra (Iniciativa Liberal) e Manuel Matias (Chega).