Os melhores planos encalham, por vezes, em pormenores a que ninguém deu valor. A Tesla é um bom exemplo do que acabámos de afirmar, uma vez que estava apostada em entrar em força no mercado indiano, tendo inclusivamente avançado com a possibilidade de fabricar veículos no país. O arranque comercial era esperado para os próximos tempos, com o seu modelo mais acessível, o Model 3, a ser o “cabeça de cartaz”. Mas as contas do construtor norte-americano saíram furadas por um daqueles detalhes em que ninguém pensou.

O Model 3 é uma berlina baixa, para optimizar o comportamento em curva. Separa-o do solo apenas 14 cm, um valor inferior ao reivindicado pelo Model Y, por exemplo, que tem estatuto de crossover e que é 3 cm mais alto. Para espanto dos homens da Tesla, a baixa altura ao solo do Model 3 colidiu com a altura das inúmeras lombas que tentam limitar a velocidade dos locais nas principais vias do país, com a berlina a não conseguir evitar raspar por baixo ou, caso sejam abordadas com uma velocidade mais optimista, deixar lá a zona inferior do pára-choques dianteiro.

Como é impraticável baixar as lombas, a Testa tratou de encontrar uma forma de elevar o Model 3. A operação não pode ser realizada na Índia, pelo menos para já, mas será uma nova especificação à saída da fábrica, que instalará molas mais altas para elevar o carro em 2,5 cm, essencialmente recorrendo a uma solução próxima da utilizada pelo Model Y.

A notícia surgiu pela mão da Autocar Índia, que avança que a Tesla testou o Model 3 em cerca de 200 lombas para limitar a velocidade – muito mais altas do que as utilizadas na Europa, China ou EUA –, tendo concluído que o modelo raspava por baixo em 160.

Além da alteração nas suspensões do Model 3, a Tesla aguarda ainda a homologação no mercado local do Model Y, que se deve revelar mais adaptado às condições das estradas indianas. Os Model S e Model X, com suspensões pneumáticas e de altura regulável, não enfrentam este problema.

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