A Câmara Municipal do Funchal, em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), obteve acesso apoios financeiros da União Europeia para ações de preservação da área de nidificação do patagarro, indicou esta quinta-feira a autarquia.

A ajuda será canalizada através do projeto LIFE4BEST Puffinus, a decorrer no Parque Ecológico do Funchal, até junho de 2022.

O controlo de plantas invasoras e as ações de reflorestação levada a cabo pela autarquia nesta importante infraestrutura municipal têm contribuído para a recuperação do coberto vegetal do Maciço Montanhoso Oriental, que diz respeito à área de nidificação do patagarro”, refere o município em comunicado.

Cerca de 95% do Parque Ecológico do Funchal foi destruído por um incêndio em 2010 e, desde então, foram desenvolvidos vários projetos para recuperar os habitats de altitude, onde o patagarro, uma ave marinha que se distribui pelo Atlântico Norte, costuma nidificar, nomeadamente nas ravinas ao longo da ribeira de Santa Luzia, uma das três que atravessam a cidade do Funchal.

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“Através de financiamento ao abrigo do programa LIFE4BEST, destinado às regiões ultraperiféricas da União Europeia, estão planeadas ações de controlo de invasoras e plantação de espécies nativas, juntamente com a recuperação de trilhos, que permitirá melhorar os acessos à colónia de patagarro”, esclarece a autarquia.

E reforça: “Este projeto, resultado de uma parceria da Câmara Municipal do Funchal e da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, testará, assim, várias metodologias de censo e monitorização de aves marinhas, facilitando o acompanhamento do ciclo reprodutor com perturbação mínima nos poucos indivíduos existentes nesta colónia.”

A autarquia, liderada pela coligação “Confiança” (PS, BE, MPT, PDR e Nós, Cidadãos!), e a SPEA vão instalar gravadores autónomos e equipamentos de visão noturna, bem como estudar a distribuição e o impacto dos predadores no local e trabalhar para que o Parque Ecológico do Funchal disponha das condições para uma das aves “menos conhecidas no arquipélago” e um dos “símbolos do parque ecológico”.