O secretário-geral do PCP voltou esta sexta-feira ao seu elemento e iniciou o último dia da campanha autárquica com uma arruada com a “prata da casa” na Baixa da Banheira, freguesia pertencente ao concelho da Moita, bastião da CDU.

Foi a primeira arruada da CDU com a presença de Jerónimo de Sousa durante o período oficial de campanha eleitoral, que termina esta sexta-feira, e o dirigente comunista começou-a a desfilar pela rua 1.º de Maio.

Uma charanga abriu o caminho, ao som de “Cheira a Lisboa”, de Amália Rodrigues, e de “Pimba Pimba”, de Emanuel, para a passagem do secretário-geral do PCP e das centenas de apoiantes da coligação que desceram esta rua de bandeira na mão.

Jerónimo acenou para todos os lados, distribuiu um molho de cravos, maioritariamente pelos candidatos da CDU, e chegou a ser interpelado por um homem que irrompeu pela multidão para o cumprimentar.

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Na janela do terceiro piso de um edifício, um homem assobiou para captar a atenção do membro do Comité Central comunista e, sorridente, acenou com uma bandeira de Cuba. Uns metros à frente, noutro prédio, uma mulher emocionou-se a ver a passagem da caravana da CDU.

“Olha o Jerónimo!”, gritou uma mulher que estava sentada na esplanada de um café no final da arruada.

Jerónimo de Sousa estava em casa e disse que na Baixa da Banheira a CDU jogou com a “prata da casa”.

No final da rua as trompetas e os trombones calaram-se e as palavras aumentaram de tom.

O autarca da Moita e recandidato ao cargo, Rui Garcia, disse que é o município e a CDU que estão no caminho da construção do aeroporto do Montijo.

“Não votar na CDU é correr o risco” de no futuro ouvir “de cinco em cinco minutos” um avião, disse.

A opção Montijo, acrescentou, não vai resolver o problema de falta de espaço do aeroporto Humberto Delgado e vai enviar para esta margem do Tejo “as sobras de Lisboa”.

Jerónimo escutou e interveio com a solução. É preciso votar na CDU para fazer com que a realidade Montijo não se concretize. A campanha está no fim, mas “ainda é tempo de intervir para que nenhum voto se perca”.

Finalizado o discurso, um homem entregou um envelope a um dos candidatos da CDU, endereçado ao secretário-geral comunista: “É uma foto dele!”.