O Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) de Cabo Verde informou esta sexta-feira que o arquipélago está com “redução significativa da visibilidade” devido à presença de aerossóis marinhos no mar e não devido à erupção vulcânica nas Canárias.

“Nas últimas 24 horas tem sido observada uma redução significativa da visibilidade em Cabo Verde devido à presença de aerossóis marinhos no ar”, informou em comunicado o instituto cabo-verdiano.

A mesma fonte acrescentou que, “no entanto, os dados registados nos Observatórios (Praia e Mindelo) não apresentam evidências do aumento da concentração dos gases nomeadamente dióxido de enxofre e monóxido de carbono que poderiam estar associados à erupção vulcânica ‘Cumbre Vieja’ nas Canárias, ilha de La Palma, como sugeriram alguns artigos divulgados na comunicação social”.

Segundo o INMG, neste momento os registos têm demonstrado melhorias na visibilidade em todo o arquipélago e prometeu continuar a vigilância do estado do tempo e a atualizar as previsões e a evolução.

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Na quarta-feira, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse que está solidário com o vizinho arquipélago das Canárias, devido à erupção vulcânica.

Os arquipélagos vulcânicos das Canárias (Espanha) e de Cabo Verde, ambos próximos à costa africana, estão separados por menos de 1.500 quilómetros.

O vulcão ‘Cumbre Vieja’ entrou em erupção no domingo depois de mais de uma semana em que foram registados milhares de sismos na região.

O vulcão mantinha-se ativo esta sexta-feira, apresentando períodos mais explosivos e tendo já devastado cerca de 240 hectares de terrenos num perímetro de cerca de 16 quilómetros.

Dados fornecidos pelo Departamento de Segurança Nacional (DSN) espanhol mostram que a coluna de gases que sai do vulcão atinge até 4.500 metros de altura.

O fluxo de lava tem um comprimento de 3.800 metros e está a 2.100 metros da costa.

Por seu lado, o sistema europeu de satélites Copernicus, que tem acompanhado a evolução da erupção desde o seu início, também atualizou os seus dados e relatórios que indicavam, na quinta-feira ao fim da tarde, que a lava já tinha coberto 180 hectares (14 novos hectares nas 11 horas anteriores).

A lava tinha também destruído 390 edifícios (mais 40 do que no dia anterior) e 14 quilómetros de estradas.

O vulcão ‘Cumbre Vieja’ está ativo e a expelir lava desde domingo passado e apesar desta situação não houve mortos ou feridos a lamentar entre os 85.000 habitantes da ilha, mas os danos são enormes, acima de 400 milhões de euros, segundo as autoridades regionais.