Incidência do vírus baixa, transmissibilidade também. Camas ocupadas nos cuidados estão longe do limiar crítico de 255. E Portugal abaixo do limiar nacional de 10 óbitos por milhão de habitantes. Os gráficos do relatório da monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19 do Instituto Ricardo Jorge mostram tendências decrescentes a vários níveis. Há, no entanto, alguns alertas, ainda que mínimos: por exemplo, o Norte registou um ligeiro aumento do R(t) de 0,78 para 0,82 e os resultados dos testes Covid-19 chegam cada vez com mais atraso, com um valor perto do limiar dos 10%.

A incidência do vírus em Portugal continua a descer: o número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 125 casos. “Nenhuma região apresentou uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 mil habitantes”, lê-se no relatório. No entanto, a região do Algarve mantém o valor de incidência mais elevado, com 272 casos por 100 mil habitantes — face aos 123 registados no Norte, 110 no Centro, 120 em Lisboa e 138 no Alentejo —, mas ainda assim abaixo do limiar dos 480.

Incidência cumulativa a 14 dias (por 100 mil habitantes), em Portugal, de 18 de março de 2020 a 22 de setembro de 2021 (Fonte: relatório do INSA)

Além disso, o grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos, que regista 183 casos por 100 mil habitantes. No entanto, apresenta ainda assim uma tendência decrescente. A menor corresponde à faixa dos 70 aos 79, com 78 casos por 100 mil habitantes.

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Quanto ao R(t), no período de 15 a 19 de setembro, foi de 0,83 a nível nacional e 0,82 no continente. Na maioria das regiões do continente esta taxa de transmissibilidade baixou: o Centro passou de 0,83 para 0,81, Lisboa e Vale do Tejo de 0,86 para 0,84 e o Algarve passou de 0,82 para 0,77. “Estes resultados sugerem uma diminuição da velocidade da transmissão nestas regiões”, lê-se no relatório. As exceções são o Alentejo — que tem um R(t) de 0,82, igual ao do último relatório — e o Norte que registou um ligeiro aumento de 0,78 para 0,82.

Há 75 camas ocupadas em UCI  — valor afasta-se do limiar crítico de 255. Portugal abaixo dos 10 óbitos por milhão de habitantes

A 22 de setembro de 2021, havia 75 doentes internados em UCI — o valor corresponde a 29% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas. Nas últimas semanas, este número tem vindo a diminuir. Na semana passada, o valor de camas ocupadas era de 40% do limiar crítico de 255 doentes. O grupo etário com maior número de internados em UCI corresponde ao grupo etário dos 60 aos 79 anos. Das 75 camas ocupas, 35 são com doentes com estas idades.

Evolução diária de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos nos hospitais entre 14de março de 2020 e 22 de setembro de 2021 (Fonte: INSA)

A 22 de setembro de 2021, a mortalidade por Covid-19 registou um valor de 9,8 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes — uma diminuição de 18% relativamente à semana anterior, quando esse valor era de 11,9 por milhão de habitantes. “Este valor é inferior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias por milhão habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças e ao limiar nacional de 10 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes, o que revela um impacte reduzido da pandemia em termos de mortalidade”, indica o relatório.

Resultados dos testes Covid-19 chegam cada vez com mais atraso. Valor perto do limiar dos 10%

A proporção de casos de Covid-19 confirmados notificados com atraso foi de 8,1% entre 9 a 22 de setembro — na semana anterior esse valor tinha sido de 5,5%. Estes números revelam uma “tendência crescente nas últimas semanas”, mas mantêm-se abaixo do limiar de 10%. A DGS define que os resultados dos testes laboratoriais devem ser notificados num período que garanta que não são ultrapassadas 24 horas desde a requisição do teste laboratorial e a obtenção do seu resultado.