O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, acusou na sexta-feira a Índia nas Nações Unidas de “exercer terror” contra os muçulmanos, provocando uma forte reação da delegação indiana.

No seu discurso na Assembleia Geral anual da ONU, Imran Khan acusou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, de querer “purgar a Índia dos seus muçulmanos”.

“A pior e mais difundida forma de islamofobia prevalece agora na Índia” e diz respeito aos 200 milhões de muçulmanos que vivem no país, acusou Imran Khan no seu discurso virtual.

Uma das questões entre a Índia e o Paquistão é Caxemira, um território dos Himalaias disputado pelos dois países.

A situação tem escalado na Caxemira indiana desde 2019, quando Nova Deli revogou de forma controversa a semi-autonomia da região, colocando-a sob o seu domínio direto. Os residentes da região da maioria muçulmana dizem que a repressão se intensificou desde então.

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Imran Khan, que deverá encontrar-se com o Presidente dos EUA, Joe Biden, falava no dia da visita de Narendra Modi à Casa Branca, acusando as autoridades norte-americanas de fecharem os olhos às “violações dos direitos humanos com impunidade” da Índia.

Uma jovem diplomata indiana, secretária da missão indiana na ONU, não deixou de dar uma resposta vigorosa a Imran Khan.

Sneha Dubey acusou o Paquistão de albergar Osama bin Laden, que foi morto pelas forças especiais dos EUA em 2011 numa rusga à cidade militar de Abbottabad, onde estava escondido.

“Este é um país incendiário que se apresenta como um bombeiro”, disse.

“O Paquistão está a alimentar os terroristas no seu quintal e espera que eles só magoem os seus vizinhos”, continuou, referindo-se à violência contra minorias no Paquistão e ao “genocídio cultural e religioso” perpetrado em 1971, quando o Bangladesh obteve a independência.