O Prius é, muito provavelmente, o automóvel mais importante da Toyota nos últimos 30 anos, senão mesmo da sua longa história. Desde que surgiu em 1997, já com motor híbrido a gasolina, evoluiu de um modelo muito avançado que levava o construtor a perder dinheiro em cada unidade que vendeu da primeira geração (até 2003), para um dos mais rentáveis da marca. A próxima geração do Prius deverá voltar a trazer novidades em termos mecânicos, uma vez que uma das versões trocará o motor de combustão a gasolina por um capaz de queimar hidrogénio.

De acordo com a Forbes, o próximo Prius (a lançar no final de 2022) deverá começar por montar um motor principal a gasolina, ajudado por uma unidade eléctrica alimentada por uma bateria mais generosa do que o habitual, para lhe assegurar uma autonomia em modo eléctrico acima de 50 km. Isto para o modelo beneficiar dos incentivos fiscais em mercados como o nosso e poder igualmente anunciar consumo e emissões de CO2 inferiores, em WLTP. Basta recordar que o actual Prius híbrido anuncia um gasto de 4,1 litros/100 km, a que correspondem 94 g de CO2/km, enquanto o Prius híbrido plug-in (PHEV), com uma mecânica similar mas maior bateria, reivindica 1,2 litros/100 km e 28 g de CO2/km, o que explica o facto de, a prazo, a Toyota ser obrigada a abrir mão dos modelos apenas híbridos no mercado europeu.

Depois do novo Prius PHEV com motor a gasolina surgir no final de 2022, a marca japonesa deverá colocar no mercado uma versão em que o motor de combustão troca a gasolina pelo hidrogénio, que será essencialmente a mesma unidade com ligeiras modificações. A vantagem desta solução consiste na ausência de emissões de carbono, seja em forma de hidrocarbonetos ou de CO2. Mas não consegue evitar a libertação de NOx, os óxidos de azoto que tão mal fazem aos seres humanos em matéria de doenças das vias respiratórias.

A Toyota tem vindo a desenvolver algumas experiências com mecânicas de combustão a hidrogénio, mas em carros de competição, pelo que deverá estar em condições de avançar com esta solução em carros de série. Caso consiga um preço competitivo, bem como garantir uma rede eficiente de distribuição de hidrogénio, é possível que esta versão do Prius venha a ser interessante, uma vez que, ao não emitir CO2, ajuda a reduzir as emissões totais de carbono do fabricante, que têm de cair consideravelmente da média de 95g de CO2/km obrigatória em 2020.

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